Descrita como vodka artesanal de alta qualidade, a Atomik foi elaborada pela Chernobyl Spirit Company e se tornou o primeiro produto comercial originado do local
Letícia Yazbek Publicado em 14/08/2019, às 07h00
Um grupo formado por cientistas britânicos e ucranianos desenvolveu uma vodka produzida com centeio e água colhidos na zona de exclusão de Chernobyl, na Ucrânia. Os produtores garantem que a bebida é livre de radioatividade.
Estabelecida após o acidente nuclear de 1986, a zona de exclusão engloba uma área de 2,6 mil quadrados — são os terrenos circundantes ao centro da explosão. Cerca de 116 mil pessoas fugiram dessa área imediatamente após o acidente.
Ao longo dos últimos anos, especialistas têm estudado a região com o objetivo de descobrir como o solo se recuperou da explosão, avaliando o nível e a transferência de radioatividade.
Segundo os cientistas, a destilação do centeio — ligeiramente contaminado — e da água garante que qualquer impureza seja removida. Dessa forma, Atomik é tão "radioativa" quanto qualquer vodka.
"Pedimos a nossos colegas da Universidade de Southampton, que têm um laboratório incrível de análise de rádio, para ver se conseguiam encontrar radioatividade. (…) Eles não encontraram nada — tudo estava abaixo do limite de detecção" afirma Jim Smith, da Universidade de Portsmouth, um dos líderes do projeto, em entrevista à BBC.
Gennady Laptev, membro fundador da Chernobyl Spirit Company, explica que a terra não precisa ser abandonada. “Podemos usá-la de diversas maneiras e podemos produzir algo que ficará totalmente limpo da radioatividade”.
Por enquanto, há poucas unidades de Atomik produzidas. A intenção, no entanto, é comercializar a bebida — inicialmente em Chernobyl, buscando o sucesso entre os turistas que visitam a cidade. Ao menos 75% dos ganhos das vendas de Atomik serão destinados a comunidades locais afetadas pelo acidente nuclear e à conservação da vida silvestre na região.
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