Uma das inscrições ao 'deus anônimo' na Síria - Divulgação/Aleksandra Kubiak-Schneider
Mistério

Cientistas decifram mistério centenário de culto a deus ‘anônimo’ há 1,7 mil anos

Mais de 200 inscrições misteriosas foram descobertas na antiga cidade de Palmira, na Síria

Redação Publicado em 29/06/2022, às 12h27

Cientistas vem tentando decifrar o mistério de um culto a um deus “anônimo” na antiga cidade de Palmira, na Síria há cerca de um século desde que encontraram mais de 200 inscrições que seriam destinadas à figura religiosa na região.

Agora, com a descoberta de textos em escavações na antiga metrópole feitas por uma equipe liderada pela arqueóloga Aleksandra Kubiak-Schneider, foi possível entender que não se tratava de um culto monoteísta, mas sim a vários deuses.

Segundo o anúncio do governo da Polônia, divulgado no último dia 20, as frases atribuídas ao culto “foram evocando e ainda evocam conotações bíblicas”, no entanto, não se tratava de uma tradição bíblica e nem mesmo a um único deus.

Kubiak-Schneider explicou ao portal Science in Poland que os trechos misteriosos, como “aquele cujo nome é abençoado para sempre”, o “Senhor do Universo” e o “Misericordioso”, por exemplo, eram bastante similares aos hinos cantados nos templos do 1º milênio a.C. na região da Mesopotâmia, onde os fiéis agradeciam muitas figuras religiosas ao mesmo tempo.

“Estas inscrições estavam em altares de pedra destinados a queimar o sacrifício perfumado de incenso, grãos de zimbro, outros aromas e para derramar líquidos”, ressaltou a pesquisadora.

Deus sem nome

Para a arqueóloga, o fato de os deuses terem tido seus nomes ocultados das inscrições pode ser um sinal de respeito às figuras religiosas. Ela e os colegas haviam apelidado a divindade de “O Deus Anônimo de Palmira”.

“Não é, portanto, surpreendente que a imagem da divindade não seja encontrada nos altares, o que neste caso não está relacionado com a proibição de apresentar o rosto divino. Não havia um 'Deus Anônimo', cada deus que ouvia e mostrava favor aos pedidos merecia um louvor eterno”, completou.

Ela ainda explicou: “Cada nome carrega uma mensagem diferente, mostrando diferentes aspectos de divindades adoradas em sistemas politeístas, como o de Palmira ou das cidades da Mesopotâmia ou do Império Romano”.

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