Durante a reforma em um farol na Escócia, engenheiros encontraram uma garrafa de 20 cm contendo uma mensagem escrita à mão em 4 de setembro de 1892
Luiza Lopes Publicado em 28/11/2024, às 09h33
Durante a reforma do Farol de Corsewall, na península de Rhins of Galloway, sul da Escócia, engenheiros encontraram uma cápsula do tempo inusitada: uma garrafa de 20 cm contendo uma mensagem escrita à mão em 4 de setembro de 1892.
Segundo reportagem da BBC Escócia, a descoberta ocorreu enquanto Ross Russell, engenheiro do Conselho de Faróis do Norte, inspecionava a estrutura de 30 metros. Após remover os painéis de um armário, ele encontrou o objeto, que foi retirado cuidadosamente com uma engenhoca improvisada feita de corda e cabo de vassoura.
A garrafa, feita de vidro grosso com bolhas de ar e base convexa – típica de recipientes para óleo –, estava lacrada com arame enferrujado e cortiça expandida. A mensagem, escrita com pena e tinta, revelou detalhes sobre a instalação de uma nova lente Fresnel e do envidraçamento na torre.
Criada no início do século XIX pelo físico francês Augustin-Jean Fresnel, essa lente é composta por anéis prismáticos que concentram e direcionam a luz, tornando-a visível a grandes distâncias. Sua inovação permitiu que faróis alcançassem maior eficiência ao emitir feixes luminosos mais fortes com menor consumo de energia e materiais.
Assinada por engenheiros e faroleiros, a nota também mencionava a equipe responsável pela fabricação da lente e da máquina.
A carta dizia: “Estação de Luz e Sinal de Névoa de Corsewall, 4 de setembro de 1892.
Esta lanterna foi erguida por James Wells, engenheiro, John Westwood, carpinteiro, James Brodie, engenheiro, David Scott, operário, da empresa James Milne & Son Engineers, Milton House Works, Edimburgo, durante os meses de maio a setembro e reacendida na noite de quinta-feira, 15 de setembro de 1892.
Os seguintes eram os responsáveis pela estação neste momento: John Wilson, principal, John B Henderson, 1º assistente, John Lockhart, 2º assistente.
A lente e a máquina foram fornecidas por James Dove & Co Engineers, Greenside, Edimburgo, e montadas por William Burness, John Harrower e James Dods, engenheiros da empresa mencionada”.
Barry Miller, guardião do farol, leu a nota em voz alta para a equipe, emocionado com a conexão tangível com os colegas de 132 anos atrás. Segundo ele, abrir a garrafa foi como compartilhar o espaço com os autores da mensagem.
Foi realmente como se eles estivessem lá. Foi como tocá-los. Como se eles fossem parte da nossa equipe. Em vez de apenas quatro de nós estarmos lá, estávamos todos lá compartilhando o que eles tinham escrito porque era tangível e era possível ver o estilo de sua caligrafia”, destacou à BBC Escócia.
“Por uma grande coincidência, estávamos trabalhando exatamente na lente que eles haviam instalado. Foi uma comunicação direta deles para nós”, acrescentou em entrevista ao The New York Times.
A nota e a garrafa estão guardadas temporariamente nos escritórios do Northern Lighthouse Board, em Edimburgo. Após o fim das reformas, ambas retornarão ao esconderijo original no Farol de Corsewall, acompanhadas de uma nova garrafa contendo uma mensagem dos engenheiros e faroleiros atuais, com a descrição de seu trabalho e suas assinaturas.
“Algum dia no futuro, talvez, possamos nos comunicar com outra pessoa”, concluiu Miller.
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