A profissional foi responsável por humanizar o tratamento de pacientes psiquiátricos no Brasil
Ingredi Brunato, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 25/05/2022, às 09h59
O "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", também conhecido como "Livro de Aço" é destinado a homenagear brasileiros que marcaram a História do país. O objeto responsável por listar os nomes é abrigado dentro do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um monumento localizado em Brasília.
A honra de ser incluída no local, todavia, foi negada à psiquiatra Nise da Silveira (1905 - 1999) pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que, conforme divulgado pelo Diário Oficial da União nesta quarta-feira, 25, vetou integralmente o projeto para colocar seu nome no livro.
De acordo com o presidente, o motivo por trás de sua decisão foi que "não é possível avaliar a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional", segundo repercutido pelo g1.
Ademais, prioriza-se que personalidades da história do País sejam homenageadas em âmbito nacional, desde que a homenagem não seja inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado Democrático", acrescentou Bolsonaro ainda.
A psiquiatra, além de uma pioneira da terapia ocupacional, foi responsável por transformar o tratamento que era dado aos pacientes com transtornos psiquiátricos no país.
Até então, aqueles diagnosticados com doenças mentais eram confinados em hospícios, frequentemente sendo submetidos a práticas como o eletrochoque e a lobotomia. Nise, por sua vez, foi contra estes métodos, defendendo a humanização das intervenções psiquiátricas.
Seu trabalho chegou a ser reconhecido pelo próprio Carl Jung, psicoterapeuta suíço responsável por introduzir ao campo conceitos como o do inconsciente coletivo e dos arquétipos. O projeto que defendeu a homenagem à Nise da Silveira foi aprovado no Senado no último dia 24 de abril.
A doutora Nise foi uma extraordinária psiquiatra, que implantou tratamentos humanizados para transtornos mentais e criou um novo momento em relação a esses tratamentos na nossa sociedade brasileira. Estar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é, sobretudo, um reconhecimento ao trabalho que essa mulher fez para o Brasil", afirmou a senadora Eliziane Gama na ocasião, segundo divulgado pelo site do Senado.
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