Restos de um barco com ao menos 2600 anos foram encontrados nas águas de Mazarrón, na região de Múrcia, Espanha
Giovanna Gomes Publicado em 08/01/2025, às 11h28
Pesquisadores espanhóis encontraram os vestígios de um barco fenício com mais de 2.600 anos, conhecido como "Mazarrón II", nas águas de Mazarrón, na região de Múrcia, Espanha. A embarcação, datada da Idade do Ferro, é considerada uma descoberta fundamental para aprofundar o conhecimento sobre a civilização fenícia, que prosperou entre 1500 e 300 a.C. em áreas correspondentes ao Líbano, Síria e Israel atuais, exercendo grande influência no Mediterrâneo.
O nome do barco homenageia a localidade onde foi encontrado, assim como o "Mazarrón I", um naufrágio fenício descoberto anteriormente na mesma região. Carlos de Juan, líder do projeto de pesquisa e professor da Universidade de Valência, destacou em um vídeo que o estado de conservação da embarcação permite uma análise detalhada das técnicas navais utilizadas pelos fenícios.
"Do ponto de vista da pesquisa, embora tenhamos um bom conhecimento sobre a construção de navios de guerra gregos na época arcaica, temos poucos dados dessa região mais ao sul do Mediterrâneo ocidental", afirmou, segundo o portal El Tiempo.
A civilização fenícia, embora reconhecida por inovações como o alfabeto que influenciou o grego e o latim, foi por muito tempo considerada perdida. Contudo, descobertas arqueológicas do século XX começaram a revelar seu legado. De acordo com De Juan, o "Mazarrón II" pode ajudar a preencher lacunas históricas sobre a construção de embarcações nessa região e período.
A escavação, realizada entre 13 de setembro e 7 de novembro de 2024, foi fruto de uma parceria entre a Universidade de Valência e o Ministério da Cultura de Múrcia. Um grupo de 14 especialistas conduziu a operação, desmontando cuidadosamente a estrutura em 22 peças para preservação e transporte.
O barco mede 8,10 metros de comprimento por 2,25 metros de largura, e análises iniciais indicam que possui características tanto similares quanto únicas em comparação com outros achados fenícios no Levante.
Os restos da embarcação foram levados ao Museu Nacional de Arqueologia Subaquática, onde estão sendo submetidos a tratamentos de restauração por uma equipe especializada. "Este centro continuará o trabalho de restauração e estudo, garantindo a preservação e a análise desse achado histórico de valor incalculável", informou a Universidade de Valência.
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