Reprodução/Facebook/Israel Antiquities Authority (IAA) - Imagem das escavações na Cidade de Davi
Arqueologia

Arqueólogos encontram escombros da antiga Jerusalém, destruída por romanos em 70 d.C.

Durante uma expedição liderada pela Autoridade de Antiguidades de Israel, arqueólogos encontraram construções e objetos da época da Grande Revolta Judaica

Maria Paula Azevedo, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 01/08/2023, às 19h00

No dia 27 de julho, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) divulgou em seu perfil do Facebook suas descobertas, após uma escavação no Parque Nacional da Cidade de David, em Jerusalém. Segundo os arqueólogos da expedição, indícios da devastação causada pelos romanos em 70 d.C. foram encontrados.  

Segundo o portal Heritage Daily, o arrasamento de Jerusalém foi a resposta do Império Romano à Grande Revolta Judaica, a primeira de muitas manifestações do povo judaico da região, em razão do aumento nas taxações e da perseguição religiosa. Em retaliação, os romanos destruíram o Segundo Templo e aprisionaram representantes religiosos e políticos de relevância para os judeus. 

No mês passado, aproximadamente 2 mil anos depois da queda do Segundo Templo e da queima de Jerusalém, um grupo de especialistas encontrou alguns escombros das construções que foram ao chão na “Estrada dos Peregrinos”, a via principal da cidade na época, conforme repercutido pelo Galileu. 

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel durante a escavação - Créditos: Imagem/Reprodução/Facebook/Israel Antiquities Authority (IAA)

 

Descobertas

Em meio a que se restou dos prédios, os arqueólogos encontraram vasos e pesos de pedra, uma tigela de bronze e até uma moeda, que data do segundo ano da Grande Revolta. Nela, é possível encontrar a frase “Pela liberdade de Sião”, que segundo Yaniv David Levy, que atua no departamento de moedas da IAA, foi furada deliberadamente: 

A moeda foi perfurada deliberadamente para permitir que fosse pendurada. A identidade da pessoa a quem a moeda pertencia provavelmente nunca será conhecida, mas preservar objetos como lembranças não é um fenômeno novo.”, esclareceu Levy no Facebook da AII.
Imagem da moeda encontrada durante as escavações - Créditos: Imagem/Reprodução/Facebook/Israel Antiquities Authority (IAA)

 

O pesquisador também explicou que seu grupo de especialistas acredita que as moedas do período asmoneu (140 e 116 a.C.) foram preservadas por uma família de judeus em uma caverna em meio a Segunda Revolta. 

A tragédia deles nos permitiu encontrar essas moedas juntos e entender que os rebeldes, liderados por Shimon Bar Kokhba, viram importância nessas moedas e as levaram com eles para o refúgio. Essas moedas não tinham nenhum valor econômico e eram guardadas como lembranças”, disse Levy

Herança histórica

Ele também afirmou que, mesmo com a existência de casos onde soldados do Império Romano tomaram as moedas dos judeus como lembrancinhas, comprovado pela descoberta das mesmas em bases militares por toda a Europa, os arqueólogos acreditam que os exemplares recém-descobertos pertenciam a um judeu. 

Rikki Zalut Har-Tuv e Shlomo Greenberg, lideres da escavação, explicaram a importância dos novos achados: 

Todas essas descobertas juntas pintam um quadro das vidas dos residentes que viviam em Jerusalém pouco antes da destruição”, disseram os diretores.
Israel descoberta Império Romano arqueologia Jerusalém escavação Segundo Templo Grande Revolta Judaica Estrada dos Peregrinos

Leia também

Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura


Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix


Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha


Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu


Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos


Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro