A descoberta foi possível partir de análise de um sítio arqueológico nas proximidades do Lago Baikal, na Sibéria
Nicoli Raveli Publicado em 20/05/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h30
Um grupo de pesquisadores do Departamento de Arqueogenética do Instituto Max Planck descobriu por meio do estudo da genética de populações humanas, patógenos antigos e análise de isótopos da região do Lago Baikal, na Sibéria, a mais antiga conexão entre a população daquele local e os primeiros povos das Américas.
Por meio da investigação da área arqueológica, acredita-se que a conectividade tenha se iniciado durante a Idade do Bronze. "Este estudo revela a ligação mais profunda entre os siberianos do Paleolítico Superior e os primeiros americanos", alegou He Yu, um dos autores do estudo.
De acordo o especialista, um indivíduo da Sibéria encontrado em 1962 foi o responsável pela conquista. Ao estudar um de seus fragmentos de 14.000 anos, foi possível ver a mais antiga ancestralidade mista.
Ao relacionar os resultados com os obtidos de ancestrais da Eurásia do Norte e da Ásia, foi determinado que ambos dispõem da mesma mistura genética, que também são encontradas em nativos americanos.
Segundo Maria Spyrou, uma das co-autoras do estudo, o contato entre os ancestrais do Leste Europeu com povos siberianos também pode ser confirmada por meio da presença de Yersinia pestis, causador da peste. "Essa aparência mais oriental das cepas antigas de Y. pestis provavelmente sugere uma mobilidade de longo alcance durante a Idade do Bronze”, concluiu.
Para Johannes Krause, autor sênior do estudo, espera-se que os dados adicionais sejam utilizados para delinear os padrões de propagação da praga em mais detalhes. Em relação a descoberta na Sibéria, acredita-se que ela fornecerá um legado para o estudo da história genética humana no futuro, mas ainda serão necessários mais estudos para obter mais informações.
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