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Monte Everest

Alpinista é criticada por não pagar sherpa que salvou sua vida no Monte Everest

Resgate aconteceu enquanto mulher estava inconsciente na 'zona da morte', a mais de 8 mil metros de altura

Fabio Previdelli Publicado em 15/06/2023, às 12h38

Em 18 de maio de 2023, uma alpinista chinesa chamada Liu Qunying foi encontrada inconsciente na "zona da morte" do Monte Everest — um perigoso trecho a 8 mil metros com temperaturas geladas e baixo oxigênio.

Liu chegou a alcançar o cume do Everest, mas quando começou a descer, se separou de seu próprio guia turístico sherpa — que é um grupo étnico que vive na região do Tibete, Nepal e Índia —, ficando presa em uma corda.

Por sorte, outro alpinista, Fan Jiangtao, e seu sherpa, Lakpa Gelu Sherpa, a encontraram. A alpinista estava com o rosto coberto de gelo e uma de suas mãos já havia escurecido por conta do congelamento. Liu ficou sem oxigênio, revelou o Insider.

+ Everest: Guia turístico faz resgate 'quase impossível' de alpinista na zona da morte

Fan e Lakpa decidiram abandonar a subida para resgatar a mulher que estava a beira da morte. A escolha foi difícil, visto que horas se passaram e a dupla já estava exausta, mesmo só conseguindo carregá-la por cerca de 200 metros. Tudo ficou pior quando o sol se pôs e a noite chegou.

Felizmente, a dupla encontrou outros dois alpinistas — um deles companheiro de equipe de Fan, Xie Ruxiang, e seu sherpa, Pem Chiri Sherpa — que estavam subindo a montanha. O grupo concordou que Pem era o mais forte para levar a mulher pelo resto do caminho.

Eles ainda prometeram ao sherpa que a mulher lhe pagaria a taxa padrão de 10 mil dólares pelo resgate. Segundo o South China Morning, os guias sherpas cobram entre 8 e 10 mil dólares para servirem como guias montanhistas até o cume.

Após concordar em ajudar, Pem ajudou no resgate de Liu até o acampamento 4, onde a mulher recebeu oxigênio e o tratamento adequado. Paralelamente a isso, o guia da alpinista percebeu o sumiço da mulher, mas fora alertado que ela já havia sido resgatada.

A polêmica

A grande polêmica em torno do resgate começou a viralizar no Weibo, plataforma chinesa semelhante ao Twitter, quando usuários passaram a celebrar o ato de Xie e Fan por abandonarem a escalada para participarem da jornada heroica de resgate de 11 horas.

Na manhã seguinte, a dupla pagou o sherpa, conforme o combinado, mas quando eles foram pedir um reembolso para Liu, ela teria se recusado a arcar com os custos de seu resgate.

"Cada um de nós pagou 1.800 dólares de gorjeta ao guia, e [Liu] disse que pagaria apenas 4 mil dólares", explicou Fan ao South China Morning. "O que ela disse me irritou. Eu retruquei: 'já que essa é sua atitude, não quero nenhum centavo de você. Não precisa me dar nenhum dinheiro'."

Eu não sei o que dizer. Só estou me perguntando o motivo dela estar relutante em pagar. Xie e eu nos sentimos mal com esse incidente. Até agora, ela nem sequer disse 'obrigada' para nós. Ela é tão ingrata", prosseguiu.

A relutância da alpinista em reembolsar a dupla virou assunto no Weibo e Liu passou a sofrer ataques na rede social. Usuários comentaram que ela deveria ser "mandada de volta ao Everest" e uma série de fake news foram espalhadas sobre a mulher.

Até o momento, Liu, que tem 50 anos, não se manifestou sobre o assunto. Fan e Xie declararam que esperam que o ataque contra a mulher parem de acontecer. Já a Kaitu Alpine, empresa de montanhismo contratado por Liu, lamentou o ocorrido.

"Neste incidente, a separação acidenta da sra. Liu e de seu sherpa foi um erro em nosso trabalho e devemos assumir a responsabilidade por isso", disseram em comunicado. A companhia também reembolsou a dupla pela taxa de resgate.

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