Um Escarabajo egípcio - Domínio publico

A tumba do mestre ourives

No Sudão, foram encontrados restos de 3400 anos de importante artista do Egito

Thiago Lincolins Publicado em 20/06/2017, às 12h14 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

A descoberta foi feita inicialmente em 2015, porém uma escavação completa só foi feita em 2017, quando cientistas se juntaram a arqueólogos do projeto de pesquisa arqueológica AcrossBorders. Foi e, Sai, ilha do Rio Nilo e parte da antiga Núbia, território hoje no Sudão que era controlado pelo Egito há 3.400 anos. O que os Egípcios faziam por ali era minerar ouro e criar joias. 

A tumba possui múltiplas câmeras, onde os arqueólogos encontraram restos de mais de 12 pessoas, que provavelmente foram mumificadas - o "provavelmente" porque sua condição não é das melhores. Uma delas possuía objetos como amuletos, vasos de cerâmica, anéis e máscaras funerárias de ouro e uma escultura de pedra - uma shabti - , que era colocada dentro da tumba para representar os servos, servindo aos mortos no pós-vida. 

E, por fim, o dono da tumba. Os objetos possuem inscrições heliográficas com o nome "Khnummose", e que ele era o líder dos ourives. Num carto tão honrado, acredita-se que a tumba foi inicialmente construída para sepultar seu corpo. Os demais provavelmente são seus parentes, com a esposa bem a seu lado.

A escultura Shabti próxima a outros objetos / Foto: Projeto AcrossBorders

Os corpo de Khnummose próximo ao da sua possível esposa / Foto: Projeto AcrossBorders

O foco atual dos pesquisadores é realizar testes de DNA e assim determinar se existe a possibilidade dos os outros restos encontrados dentro do túmulo terem alguma ligação genética. "Ajudará muito se o DNA estiver preservado. Caso contrário, os resultados da pesquisa vão ser apontados por tentativas", diz Julia Budk professora de Arqueologia Egípcia e História da Arte na Universidade Ludwig e Maximilian de Munique em entrevista ao LiveScience. 

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Como os corpos estão num estado péssimo, os arqueólogos têm dificuldades para determinar quantos exatamente estão lá. "Estou esperando pelo relatório final dos antropologistas físicos, mas a posição e os vestígios de betume espalhados nos restos levam a acreditar que todos foram mumificados e 26 foram colocados em caixões’’, diz Budka. Betume, ou asfalto, era usado no processo de mumificação - e fez com que europeus, por um erro de tradução, literalmente consumissem múmias como remédio

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