A fotografia de Joseph Louw capturou a morte de um grande líder revolucionário
Redação AH Publicado em 20/02/2019, às 06h00
Foi por pouco que Joseph Louw perdeu a chance de registrar uma das grandes tragédias do século passado. O cineasta e fotógrafo sul-africano decidiu interromper seu jantar para voltar ao quarto e assistir ao noticiário da noite na TV. Então ouviu o tiro, correu para a sacada e ainda teve tempo de ver o defensor dos direitos civis tombando ao chão. Percebendo que não havia o que fazer, pegou sua câmera e bateu dois rolos de imagens, dentre os quais surgiu a foto acima.
Louw teve o bom gosto de não pôr o corpo em evidência. “Nunca o fotografei no rosto. Senti que devia manter distância e respeito”, afirmou. O que aparece em destaque são os parceiros de King apontando na direção em que o assassino havia fugido.
Esse, na versão oficial dos fatos, era James Earl Ray. Após diversas passagens pela prisão por roubo e assalto, Ray havia se tornado um supremacista branco independente, sem qualquer conexão – enfim, um joão-ninguém. Três dias antes do crime, em 1º de abril de 1968, Ray ficou sabendo que King faria um discurso em Memphis, foi de carro para a cidade e alugou um quarto em frente ao do líder. Acabou capturado dois meses depois em Londres e confessou o assassinato no ano seguinte.
Fim do caso? Ray acabou por retirar a confissão e passou o resto da vida dizendo que só o fez para escapar da pena de morte. A família de King ainda hoje acredita que ele foi bode expiatório de uma conspiração envolvendo o governo americano.
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