O local tem quase tanta história quanto as obras expostas: já foi quartel e sede do Conselho de Estado
Manuela Aquino Publicado em 05/12/2018, às 16h00
Às margens do rio Sena e dentro de uma antiga estação de trem, está localizada a maior coleção de arte impressionista da França. Ela faz parte do acervo do Museu d’Orsay, criado para abrigar exemplares de arte ocidental produzidos entre 1848 e 1914.
O local onde está situado o museu tem quase tanta história quanto as obras expostas nele. No século 17, era parte dos jardins da famosa rainha Margot. Já abrigou um quartel dos mosqueteiros, mansões de aristocratas, o Ministério do Exterior de Napoleão e o Conselho de Estado francês. A redondeza toda foi incendiada durante a Comuna de Paris, em 1871, e só ganhou vida novamente no início do século 20, com a construção da Gare d’Orsay (Estação d’Orsay), que funcionou freneticamente até 1939.
Em 1986, o prédio neoclássico reabriu para o público com obras de grandes mestres da arte mundial, como Rodin, Monet, Renoir e Van Gogh, que ocupam seus três espaçosos e bem iluminados andares. O acervo do museu não se limita a dar ao visitante uma aula do que foi o movimento impressionista. Lá também há obras de outros períodos: realismo, naturalismo e simbolismo. E, apesar de as pinturas serem as estrelas, o d’Orsay ainda tem outros atrativos. Há no prédio uma ampla coleção de fotografias e de arte decorativa, com móveis do catalão Gaudí e peças de art nouveau.
Uma das obras mais conhecidas de Édouard Manet (1832-1883), O Tocador de Pífaro foi rejeitado pelos críticos de arte do francês Salão da Academia Real. Não era a primeira vez que o júri do salão fazia pouco de um trabalho do artista – O Piquenique e Olympia também tiveram o mesmo destino. As obras de Manet só foram reconhecidas numa exposição feita em sua memória.
Edgar Degas (1854-1886) tem um grande conjunto de obras que retratam as mulheres, como a série das passadeiras. No museu também há suas famosas telas de bailarinas, como A Sala de Aula (1873-1876), e desenhos de mulheres se arrumando, bem representadas em A Banheira (1886).
Este é o único quadro do austríaco e representante do movimento de art nouveau Gustav Klimt (1862-1918) no acervo do museu. Retrata uma paisagem, tema não muito recorrente em sua obra. Klimt é popular por suas figuras humanas e desenhos eróticos.
A obra é uma representante do trabalho em bronze desenvolvido pela artista plástica Camille Claudel (1864-1943), que conheceu Auguste Rodin aos 19 anos e se tornou discípula e amante do artista. Camille teve pouco reconhecimento em vida e destruiu parte de sua obra quando foi abandonada por Rodin. Na mesma época, por volta de 1898, foi parar numa clínica psiquiátrica, onde ficou até sua morte, aos 78 anos.
Esta é uma das esculturas feitas de bronze pelo francês Auguste Rodin (1840-1917), um dos artistas plásticos mais famosos do mundo. O espaço com suas obras no museu, que ocupa três salas do segundo andar, também apresenta estudos de obras cujos originais estão no Museu Rodin, na mesma cidade. Entre elas está a famosa A Porta do Inferno, que representa trechos do livro A Divina Comédia, de Dante.
O óleo sobre tela é um dos seis quadros de uma série de naturezas-mortas que Paul Cézanne (1839-1906) pintou em seu ateliê em Paris. Nesse período (fim do século 19), em todas as suas obras há a presença de uma vasilha de louça e de uma jarra com desenho floral – as peças mudam de lugar constantemente, assim como suas cores.
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) retratou neste quadro o clima de um badalado salão de danças da região parisiense de Montmartre. A tela faz parte de um conjunto que ele fez a partir de 1875, priorizando cenas do cotidiano. O Moulin de la Galette também serviu de inspiração para Van Gogh, que pintou a fachada do local em sua obra de mesmo nome.
Claude Monet (1840-1926) inaugurou uma nova fase em sua carreira quando se mudou, em 1883, para Giverny, na região francesa do Vale do Sena. Foi lá, numa casa rodeada de um belo jardim, que pintou como ninguém a natureza que o rodeava. As ninfeias de sua casa foram tema constante em sua obra. No Musée L’Orangerie, na capital francesa, por exemplo, as ninféias foram pintadas por Monet nas paredes de dois salões ovais.
O quadro, com um campo de trigo como cenário, foi feito por Vincent van Gogh (1853-1890) durante sua estada numa clínica em Saint-Remy de Provence. Foi inspirado no desenho As Quatro Horas, de Jean-François Millet (1862-1918), que retrata trabalhadores rurais descansando após o almoço.
A obra faz parte do conjunto de quadros que Paul Gauguin (1848-1903) fez no Taiti. O pintor pós-impressionista abandonou a família e um emprego estável e foi para o país em 1891. Sua convivência com as nativas, num clima de sexo livre, e as praias paradisíacas foram sua fonte de inspiração.
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