Che Guevara - Getty Images
Che Guevara

Os momentos finais de Che Guevara, morto há 57 anos

Revolucionário que entrou para a História foi executado aos 39 anos após se entregar às forças bolivianas treinadas pelos EUA

Redação Publicado em 08/10/2024, às 19h00

Em outubro de 1967, Ernesto "Che" Guevara, com a perna cheia de balas e a arma derrubada, se entregou às forças bolivianas treinadas pelos Estados Unidos. Ele declarou: “Não atirem! Eu sou Che Guevara e valho mais vivo do que morto”.

O médico argentino e líder rebelde marxista estava vivendo em segredo há dois anos e meio após ter renunciado a seus cargos no governo cubano e deixado o país para espalhar a revolução na África e na América do Sul.

No entanto, suas missões, incluindo a de incitar um levante na Bolívia, chegariam ao fim. Naquele dia, Guevara foi capturado e levado por soldados a uma escola de uma única sala na cidade de La Higuera, conforme detalhado na biografia de Richard Harris, “A Morte de um Revolucionário: A Última Missão de Che Guevara”, em tradução livre.

No dia seguinte, Félix Rodríguez, um agente da CIA cubano-americano disfarçado de oficial militar boliviano, encontrou Guevara coberto de sujeira na escola. Conforme repercute o The Washington Post, suas roupas estavam rasgadas e sujas, e seus braços e pés amarrados.

Ernesto "Che" Guevara / Crédito: Getty Images

 

Últimas palavras

Segundo Harris, o governo dos Estados Unidos queria que ele fosse mantido vivo para interrogatórios, mas os líderes bolivianos decidiram que Guevara deveria ser executado. A versão oficial seria a de que ele foi morto em combate.

Rodríguez, que teve um papel crucial na captura, expressou sentimentos ambivalentes em uma entrevista posterior. Ele reconheceu que Guevara havia assassinado muitos de seus compatriotas, mas ainda assim sentiu “pena dele”.

Então, ele informou ao líder guerrilheiro que estava prestes a morrer. Guevara olhou diretamente para ele e respondeu: “É melhor assim. Eu nunca deveria ter sido capturado vivo”. Os dois homens apertaram as mãos e se abraçaram.

Em seguida, Rodríguez deixou o local, instruindo um soldado a disparar abaixo do pescoço, para que a história oficial se mantivesse de acordo com a versão de que ele havia morrido em combate, informou o jornal The Washington Post. 

Harris conta que últimas palavras de Guevara foram dirigidas ao sargento Jaime Terán, o soldado designado para matá-lo: “Eu sei que você veio para me matar. Atire, você só vai matar um homem". Terán disparou, atingindo Guevara nos braços, pernas e tórax.

O líder guerrilheiro, que divide opiniões até hoje, morreu aos 39 anos. Após sua morte, soldados bolivianos expuseram seu corpo à imprensa na aldeia de Vallegrande.

 O comandante boliviano também ordenou que ambas as mãos de Guevara fossem cortadas para que as autoridades pudessem coletar suas impressões digitais. Seria uma prova a Fidel Castro de que o guerrilheiro fora executado, apontou o jornal.

Legado

Nos 57 anos seguintes à sua morte, Guevara se tornou um ícone cuja vida e morte foram romantizadas. 

O rosto dele, com seus cabelos pretos, a barba e o conhecido beret, é até hoje estampado em camisetas, paredes e faixas.

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