Entre as comoventes histórias das vítimas do Titanic, navio que afundou em 1912, a saga de Jeremiah Burke, de 19 anos, chama atenção
Thiago Lincolins Publicado em 14/02/2024, às 15h21
Em 14 de abril de 1912, ocorria o naufrágio que entraria para os livros de História. Naquele dia, o Titanic, que partiu do porto de Southampton, Inglaterra, não conseguiu chegar ao seu destino: Nova York, nos Estados Unidos.
Enquanto realizava o trajeto, a embarcação foi atingida por um enorme iceberg e, na madrugada de 15 de abril, desapareceu por completo nas águas geladas do Atlântico Norte.
Com mais de 2 mil passageiros a bordo, a tragédia vitimou 1.514 deles. Um deles se chama Jeremiah Burke, um irlandês que tinha apenas 19 anos quando a viagem acabou em desgraça.
O que fez a história de Burke rodar o mundo, entretanto, foi um fato curioso a respeito de sua trajetória no navio.
Com uma garrafa de água benta que sua mãe deu de presente antes da viagem, Jeremiah inseriu um bilhete no interior do objeto e utilizou um dos cadarços do próprio calçado para amarrar e lançar a mensagem ao mar.
A mensagem diz: "Do Titanic, adeus a todos, Burke de Glanmire, Cork", repercute o Irish Central. Felizmente, a sua ideia deu certo: a garrafa parou em Dunkettle, próximo do local onde residiam os familiares.
O bilhete permaneceu com familiares até que foi doado por uma sobrinha da vítima do Titanic ao Cobh Heritage Centre, museu localizado em Cobh, County Cork, Irlanda, repercutiu a BBC Internacional em 2011.
Em entrevista ao Irish Independent, Mary Woods revelou que a mãe de Burke morreu com o coração partido.
"A mãe de Jeremiah estava com remorso vários dias depois, quando uma pessoa veio até ela e disse: 'Sinto muito por sua perda'. Foi só então que ela descobriu o que tinha acontecido. Ela morreu de coração partido em um ano", explicou ela.
A história comovente é descrita no livro "The Irish Aboard Titanic" ("Os Irlandeses a Bordo do Titanic"), de Senan Molony. O autor enfatiza, entretanto, que a data registrada no bilhete não é tão legível.
"A mensagem contém uma data pouco clara que pode ser 10, 12 ou 13 de abril de 1912. O Titanic atingiu o iceberg às 23h40 do dia 14 de abril. Curiosamente, um artigo no Irish News, publicado em 20 de abril de 1912, observou que muitas mensagens autênticas de naufrágios já chegaram à segurança e 'muitas... são fraudes cruéis'", explica Monoly.
No entanto, a mãe de Jeremiah reconheceu a caligrafia do filho. Ela também relembrou que deu uma garrafa com água benta para o filho.
"A família enlutada de Jeremiah acreditava que a mensagem encontrada por um cocheiro na costa de Dunkettle, perto de sua casa, era autêntica. (...) Kate Burke, sua mãe, reconheceu a caligrafia do filho e anunciou que a garrafa era a mesma de água benta que ela havia dado ao filho no dia de sua partida", discute o autor.
A obra também destaca o que motivou a viagem de Jeremiah. Na época, duas de suas irmãs passaram a viver nos EUA, o que também fez com que ele decidisse se mudar para o país. Na ocasião, Nora Hegarty, sua prima, decidiu o acompanhar na viagem e também faleceu durante o acidente.
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