Em 1983, três anos após ter matado um dos maiores artistas do mundo a tiros, Chapman deu uma entrevista em que fez diversas revelações sombrias
Ingredi Brunato Publicado em 06/12/2023, às 20h00 - Atualizado em 07/12/2023, às 10h05
Na noite de 8 de dezembro de 1980, o mundo perdeu o internacionalmente famoso John Lennon, que foi morto a tiros enquanto interagia com a multidão de fãs em frente ao edifício Dakota, na cidade de Nova York, onde morava com a esposa Yoko Ono.
O ex-Beatle foi atingido cinco vezes e, embora tenha sido levado com urgência para o hospital mais próximo, já estava sem pulso quando chegou ao local, sendo declarado morto pelos paramédicos. Segundo sua autópsia, sua causa de morte foi "choque e hemorragia maciça", conforme repercutiu a revista People.
O responsável pelo falecimento precoce do artista britânico, que tinha apenas 40 anos quando foi vitimado pelo ataque, foi Mark David Chapman que foi preso imediatamente após o homicídio, tendo confessado o ato na própria cena do crime.
O atirador de 25 anos havia se encontrado com Lennon mais cedo naquele mesmo dia, ocasião em que pediu um autógrafo. Ele foi posteriormente condenado à prisão perpétua, e, embora tenha tentado se eleger para a liberdade condicional inúmeras vezes, sempre teve o pedido recusado, de forma que ainda cumpre pena hoje em uma penitenciária nos Estados Unidos.
Em 1983, Chapman concordou em falar com a imprensa pela primeira vez após o cruel assassinato. Ele concedeu entrevista ao repórter Jim Gaines — que, para isso, visitou o criminoso na cadeia.
As revelações feitas pelo homem, que foi diagnosticado por cinco psiquiatras com esquizofrenia paranoide durante seu julgamento, possuíam um tom sombrio:
Quando o carro parou e Yoko saiu, algo no fundo da minha mente dizia 'Faça, faça, faça'. Saí do meio-fio, caminhei, virei, peguei a arma e simplesmente bum, bum, bum, bum, bum", recordou o assassino de John Lennon na ocasião.
"Eu estava congelado, parado, congelado e a arma pendurada ao meu lado, ainda na minha mão (...) Ele [o porteiro do edifício Dakota] tirou a arma da minha mão e a chutou na calçada. Ele me tirou do choque", acrescentou.
Chapman contou ainda que, na infância, era um grande fã dos Beatles e de Lennon em particular. Após usar LSD em algum momento de sua juventude, ele inclusive alucinou que havia se tornado o cantor.
Eu sempre quis ser um Beatle. Eu sempre pensei, cara, como seria ser um Beatle?", afirmou ainda, conforme repercutiu a CNN.
Cristão fervoroso, o criminoso, mais tarde, acabaria se desiludindo com a banda quando ouviu falar sobre a famosa declaração de Lennon de que eles eram "mais populares que Jesus", o que foi relatado por Miles McManus, um amigo de Chapman dos tempos de colégio. Depois disso, o futuro assassino destruiu todos os seus álbuns dos Beatles.
Nos anos seguintes ao ensino médio, sua saúde mental entrou em declínio: o homem ficou deprimido e chegou a tentar o suicídio. Simultâneo, Mark ficava cada vez mais obcecado com John Lennon, nutrindo por ele um ódio profundo.
Essa situação apenas ficou mais intensa de setembro de 1980 em diante, período em que passou a "delegar sua insanidade" para aquilo que chamava de "as pessoas pequenas", um grupo que morava em sua cabeça e era descrito por ele como "poderoso" e "malvado". Foi também nessa época em que Chapman afirmou ter começado a "orar para Satanás que lhe desse forças para assassinar John Lennon".
Quando questionado o motivo, afinal, de seu crime horrendo, o homem respondeu:
Acho que atirar em Lennon foi a resposta para todos os meus problemas. Era para cancelar todo o meu passado, para me dar uma identidade".
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