Nos Estados Unidos, prisioneiros usados como cobaias por cientistas, entre 1951 e 1974, foram submetidos a tratamentos infames
Vanessa Centamori Publicado em 05/03/2020, às 18h36
A Prisão de Holmesburg, que fica no estado norte-americano na Filadélfia, tem fama de ser mal assombrada. O presídio foi construído em 1895, com um só objetivo: conter os criminosos mais perigosos do país, a todo custo — seja através da violência ou até mesmo a tortura por meio de experimentos químicos.
A existência dos testes desumanos veio à tona em 2011, quando imagens perturbadoras revelaram os horrores cometidos por médicos do governo, que usavam os prisioneiros como cobaias. Uma variedade enorme de elementos radioativos, alucinógenos e tóxicos eram dados aos presidiários.
Por conta da exposição aos produtos experimentais, muitos deles adquiriram herpes ou fungos causadores de doenças sérias. A dor dos presos doentes alimentou de 1951 a 1974 a produção de medicamentos para mais de 30 companhias farmacêuticas e agências governamentais.
O homem por trás dos testes era o cientista Albert Kligman, que produziu centenas de estudos com base nas torturas sofridas pelos presidiários. Suas pesquisas tinham principalmente como assunto incômodos como a caspa e a acne, cujos tratamentos já são bem comuns e conhecidos hoje em dia.
Certa vez, durante um experimento, um prisioneiro teve um pedaço de pele arrancado de suas costas para que na ferida pudesse serem colocadas substâncias químicas. Nem é preciso dizer que o resultado foi dolorso. Tanto que há registros de que o homem teria gritado “ Oh, meu Deus, minhas costas estão em chamas!”.
O cidadão aceitou ser submetido ao experimento em troca de cigarros. Esses acordos entre os presidiários e os cientistas era algo bem comum. Devido à acusações legais de ter submetido os presos à essas condições cruéis, Kligman teve a sua carreira destruída e o caso serviu para que o governo dos EUA criasse restrições federais contra testes em humanos.
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