Em "O que Jennifer Fez?", novo documentário da Netflix, o público acompanha a história de um crime que chocou o Canadá em 2010
Thiago Lincolins Publicado em 16/04/2024, às 20h00
Em "O que Jennifer Fez?" a Netflix retrata um dos crimes mais chocantes da história do Canadá. Em 8 novembro de 2010, a casa de uma jovem chamada Jennifer Pan foi invadida em Ontário. Desesperada, ela ligou para o serviço de emergência e afirmou que três homens mascarados atacaram seus pais.
A sua mãe, Bich, foi morta a tiros. Seu pai, Hann, também foi atacado, entretanto, sobreviveu. Enquanto ele estava em coma, a filha era a única testemunha daquele episódio brutal.
No entanto, enquanto autoridades investigavam o episódio e colhiam depoimentos de Jennifer, ficavam cada vez mais intrigados.
A situação se agravou quando foi descoberto que ela mentia a respeito de sua vida acadêmica. Seus pais, que deixaram tudo para trás no Vietnã, se esforçavam para que a filha tivesse oportunidades e exigiam boas notas.
Após ser pressionada, Jennifer finalmente admitiu: ao lado do namorado, Daniel Wong, elaborou o plano brutal. No entanto, disse que sua intenção era ser assassinada naquela noite e não esperava o desfecho trágico. As autoridades não se convenceram.
Para eles, como repercutido pelo Toronto Sun, se tratava de um plano para matar os progenitores, que não aprovavam seu namoro. Assim, ficariam com a herança.
Como apresentado no documentário da Netflix, Jennifer e três comparsas foram condenados a prisão perpétua sem liberdade de condicional durante 25 anos. Eles foram acusados de homicídio em primeiro grau e tentativa de homicídio.
Entretanto, "O que Jennifer Fez?" deixa de fora outro nome que teve a vida drasticamente afetada pelo plano sórdido da jovem: seu irmão, Felix Pan. Engenheiro, ele tinha 21 anos na época do crime.
O Toronto Sun, que cobriu o julgamento de Jennifer, registrou trechos do depoimento de Felix, que não estava em casa na noite do crime.
Ele, que foi uma das testemunhas, disse que também acreditou nas mentiras contadas por ela, que dizia ser formada em farmácia.
"Ela era sua irmã... você a amava, você a respeitava?” questionou Laurence Cohen, advogado de defesa. "Sim", respondeu o jovem, que evitava olhar para a familiar.
Ao júri, Felix disse que seu pai se sentiu frustrado quando descobriu que a filha ainda se relacionava com Daniel, um traficante. Ao saber da série de mentiras, ordenou que Jennifer voltasse para casa e escondeu o celular.
"Papai era da velha escola... Ele era muito controlador", disse Feliz na época. "É assim que meu pai é... É como um amor difícil".
O rapaz, por outro lado, alegou que eles tinham uma maior proximidade com a mãe. "Tínhamos uma ligação mais próxima com nossa mãe", afirmou ele. "Eu poderia conversar com ela sobre as coisas".
Em 2015, quando os responsáveis foram condenados, o The Globe and Mail repercutiu um comunicado de Felix. Em desabafo, afirmou que o estigma em torno das ações de sua irmã o acompanharão para sempre. Também disse que ainda era difícil falar sobre a perda.
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