O objeto faz parte de uma coleção de duas adagas que foram reveladas dentro dos revestimentos que cobriam o corpo mumificado do icônico Tutancâmon
Giovanna de Matteo, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/11/2020, às 07h00 - Atualizado em 02/01/2022, às 10h00
Durante uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20, uma adaga foi encontrada junto com a múmia de Tutancâmon (1336 a.C. - 1327 a.C.) e intrigou arqueólogos e pesquisadores por anos a fio.
Todavia, em 2016 um grupo de cientistas solucionou o mistério que envolvia o material usado para confeccionar o punhal, e descobriu um dado impressionante: sua lâmina teria sido feita a partir de um metal "extraterrestre". Calma, não estamos falando de aliens.
A arma faz parte de uma coleção de duas adagas - uma de ferro e outra com lâmina de ouro — que foram reveladas dentro dos revestimentos que cobriam o corpo mumificado do icônico Faraó Tut, famoso governante do Egito Antigo.
A adaga, que tem o punho totalmente decorado em ouro exibe uma bainha feita também do mesmo metal precioso. Já o punhal de ferro, que virou tema da pesquisa, surgiu de um material que, até então, nenhum dos arqueólogos conseguira descobrir do que seria feito.
A prática de ferraria não era disseminada no Egito antigo, o que torna a peça rara e especial. Além disso, outra característica que surpreendeu foi o fato de a lâmina não apresentar marcas de oxidação depois de tantos anos.
Na última análise do exemplar, pesquisadores italianos e egípcios descobriram, enfim, a composição química do metal, que apresentou um resultado inédito.
Foram identificados grandes níveis de níquel e a existência de cobalto, o que "sugere fortemente uma origem extraterrestre", afirma o estudo que foi divulgado na revista científica Meteoritics & Planetary Science. Mas como isso aconteceu?
Os pesquisadores acreditam que o item do governante teria sido produzido a partir de um dos meteoritos que foram encontrados num local a 2 mil km na costa do mar Vermelho, no Egito.
Essa hipótese faz sentido quando consideramos às semelhanças dos materiais, e também o fato de que naquela época os egípcios davam um valor especial aos ferros advindos de meteoritos, que eram geralmente usados na construção de objetos decorativos ou de uso exclusivo nas cerimônias da antiga civilização.
Segundo os cientistas, "no século 13 a.C., eles já tinham ciência desses raros pedaços de ferro que caíam do céu, se antecipando à cultura ocidental em mais de dois milênios".
Em comparação a outros itens já encontrados com esse mesmo tipo de ferro, a adaga fornece uma alta qualidade nunca encontrada antes em outros objetos, o que "indica um domínio dessa técnica na época de Tutancâmon".
O artefato, que foi encontrado em 1925, três anos depois da descoberta da tumba de Tut, está em exibição no Museu Egípcio do Cairo.
Filho de Akhenaton, ele reinou por poucos anos, entre 1.333 a.C. e 1.323 a.C. Foi faraó dos 9 aos 19 anos de idade. Um tempo muito curto para que tivesse a oportunidade de construir um legado, ou que uma nova pirâmide sequer fosse concluída, permitindo-lhe uma tumba de localização mais luxuosa.
Em vez disso, ele foi enterrado em um lugar improvável, e muitos dos objetos encontrados em sua tumba sequer eram destinados para seu enterro, trazendo o nome de outra pessoa registrado neles.
Sua câmara de repouso eterno tinha, assim, todos os sinais de ter sido arrumada de última hora, no improviso. A morte precoce do faraó fora uma surpresa.
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