Na atual edição das Olimpíadas, as mulheres são as principais responsáveis pelo nosso desempenho histórico
Fabio Previdelli Publicado em 06/08/2021, às 00h00
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 só acabam no próximo domingo, 8, mas já podemos afirmar que essa edição já se tornou histórica para os brasileiros.
Afinal, até o momento, já igualamos o nosso recorde de medalhas conquistadas em uma única edição: 19, número este estabelecido na Olimpíadas que disputamos em casa, a Rio 2016.
Agora, lutamos para superar outras duas marcas: primeiro, para bater as 7 medalhas de ouro que conquistamos aqui — por enquanto, temos 4, mas estamos garantidos em 3 finais; e o segundo objetivo, este mais ousado, de ser o segundo país mais vitorioso das Américas, para isso precisamos passar Cuba e Canadá.
Como mostra matéria do Globo Esporte, as grandes responsáveis pelo louvável desempenho são as mulheres, já que elas são responsáveis por 75% dos nossos ouros conquistados (Rebeca Andrade, na ginástica artística; Martine Grael e Kahena Kunze, na vela; e Ana Marcela Cunha, na maratona aquática.
Além disso, das 19 medalhas garantidas até agora, nossa delegação feminina ganhou outras sete. Além das três já citadas, elas conquistaram duas pratas, com Rayssa Leal (Skate) e Rebeca Andrade (Ginástica); e dois bronzes, com Mayra Aguiar (Judô), e a dupla de Tênis Luisa Stefani e Laura Pigossi.
Os triunfos nos fazem pensar algumas coisas: as brasileiras sempre participaram das Olimpíadas? E na Antiguidade, de maneira geral, elas tinham uma representatividade tão grande quanto hoje?
Como aponta matéria da BBC, os primeiros Jogos Olímpicos começaram há quase 2.800 anos, em 776 a.C. — sendo que durante mais de um milênio, até 339 d.C., a competição já era disputada de quatro em quatro anos.
A edição dos Jogos realizada no século 5 a.C., por exemplo, foi uma das maiores, durando cinco dias inteiros. Já no auge da competição, no século 2 d.C., os estádios que recebiam as disputas chegavam a abrigar ao menos 40 mil espectadores.
A competição durou até o ano de 393, como explica matéria do InfoEscola. Depois de Roma conquistar a Grécia, no século 2 a.C., os romanos exigiram ter o mesmo status dos gregos para participarem dos Jogos.
Até então, a disputa só permitia a participação de gregos ou pan-helênicos. Já todos aqueles denominados de ‘bárbaros’ (ou, os ‘não-gregos´) não podiam competir. Com a inserção dos romanos, a essência dos Jogos também foi se perdendo aos poucos.
Na Antiguidade, a competição tinha um cunho religioso, sendo uma homenagem a Zeus e outros deuses. Porém, esse foi justamente o motivo para o imperador Teodósio I pôr fim aos Jogos em 393. Cristão, ele via o torneio como um festival politeísta e pagão.
Porém, quando a competição ainda acontecia, além da restrição de povos, aceitava apenas competidores homens. Pelo menos no que diz respeito às modalidades de atletismo e de esportes de combate.
Para se ter ideia, as mulheres não podiam sequer assistir esses eventos. Acredita-se, entretanto, que o motivo para isso seja pelo fato dos atletas, naquela época, competirem pelados.
Já cavaleiros e condutores de carruagens não eram obrigados a ficarem como vieram ao mundo. Mas o motivo disso acontecer é porque eles eram vistos apenas como empregados, e não como os donos dos equinos — estes sim ficavam com todas as glórias das conquistas.
Apesar dessas restrições e exclusões, algumas mulheres, ainda assim, competiram nos Jogos, se bem que suas participações só poderiam ocorrer devido a uma condição: substituir os donos dos cavalos e das carruagens. Segundo a BBC, a primeira vitória delas foi conquistada por uma princesa espartana.
Depois de ser interrompido por Teodósio I, as Olimpíadas só voltariam a ser disputadas no século 19, em 1896, no berço dos Jogos da Antiguidade: em Atenas, na Grécia. Tudo isso graças ao barão Pierre de Coubertin, afinal, seis anos antes, o francês havia fundado o Comitê Olímpico Internacional.
Como explica matéria do Globo Esporte, o Brasil só começou a participar dessa Era Moderna quase 30 anos depois, na edição de 1920, realizada na Antuérpia. As brasileiras, por sua vez, só passaram a disputar os Jogos em 1932, quando a nadadora Maria Lenk esteve em Los Angeles.
Aliás, ela foi a primeira sul-americana a conseguir tal feito. Mas, para isso, Lenk teve que custear sua própria viagem, explica matéria do portal Best Swimming.
"O que valia era o conceito do amadorismo. Eu competi com um uniforme emprestado, que tive de devolver quando as provas acabaram", declarou a nadadora.
As primeiras medalhas delas, porém, só vieram em Atlanta 1996. Além da dobradinha nas duas primeiras colocações com o vôlei de praia, nossas atletas também ficaram com a prata no basquete e o bronze no vôlei de quadra. Desde então, elas nunca mais pararam de nos dar orgulho.
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