Com duas piscinas, quadras de tênis, bibliotecas e um teatro, a propriedade na Califórnia recebia convidados ilustres e custava milhões. Confira imagens!
Pamela Malva Publicado em 30/04/2020, às 07h00
Durante toda sua trajetória como mineiro, George Hearst esperava fazer seu próprio patrimônio, mas sequer esperava chegar aonde chegou. Nascido em Missouri, o homem enriqueceu trabalhando nas empresas Comstock Lode e Homestake Mine.
Em pouco tempo, investiu seu dinheiro em terras e no jornal San Francisco Examiner. O capital logo se multiplicou e, em 1886, George se elegeu senador. Ainda mais poderoso, comprou o terreno San Simeon, de 162 km2, na Califórnia.
Na década de 1870, pensando no futuro de sua família, o magnata construiu uma bela fazenda na propriedade. Ao lado da esposa e do filho, George ampliou seu terreno e investiu em gado de corte, pomares, um cais e uma criação de cavalos de corrida.
A propriedade logo aumentou consideravelmente e, em questão de anos, passou a valer US$ 11 milhões. A saúde de George, no entanto, não acompanhou seu terreno e ele morreu, deixando tudo para sua esposa, Phoebe, em 1891.
O nascimento de um império
Phoebe e seu filho, William Randolph Hearst, eram profundamente apaixonados por cultura e por arte. Assim, com uma grande fortuna em mãos, passaram a comprar quadros e esculturas, além de patrocinar arquitetos.
Com a morte de sua mãe em 1919, o jovem William herdou a bela fazenda da família — que já contava com 1.012 km2. Ao lado da arquiteta Julia Morgan, então, o homem decidiu erguer uma das construções mais suntuosas que já vira: o Castelo Hearst.
Na época, William já era um magnata bastante influente, dono de um império com 28 jornais, 13 revistas, 8 estações de rádio, quatro estúdios de cinema e 31 mil funcionários. Por isso, foi fácil para Julia aceitar o trabalho.
As construções milionárias começaram naquele mesmo ano e a família Hearst mudou-se para a Casa Grande em 1925. No final, a imensa propriedade foi separada em diversas construções menores, como Casa del Mar e a Casa del Sol.
Um dia-a-dia luxuoso
Antes mesmo de terminar seus projetos, William criou o costume de convidar personalidades notórias para passar temporadas em seu castelo. Assim, pessoas como Winston Churchill, Charlie Chaplin e Clark Gable visitaram a propriedade.
Durante o dia, os convidados podiam dividir seu tempo como quisessem. Eles tinham pistas de cavalgada, áreas de tiro, piscinas para natação, campos de golfe e quadras de tênis à sua disposição. Piqueniques também eram bastante comuns.
Aos sábados, quando o relógio batia 19h30, todos deveriam estar prontos para um coquetel na sala de reuniões. Não era um pedido, era uma tradição que acontecia invariavelmente. Fora essas reuniões, o álcool era bastante racionado.
Às 21h, o jantar era servido no enorme refeitório do castelo. Vinho era servido aos convidados, vindo de uma adega com mai de 7 mil garrafas. Nos pratos principais, apenas carnes de faisão, pato selvagem, perdiz e veado.
Após a refeição, todos eram convidados para um filme, ou em ambiente aberto, ou no teatro da propriedade. Os filmes, é claro, eram todos produzidos no estúdio do próprio Hearst, o Cosmopolitan Productions.
As pessoas ainda poderiam desfrutar de duas bibliotecas, duas piscinas, imensos jardins, um pequeno zoológico e uma sala de bilhar. Caso quisessem apreciar um pouco de arte, era só olhar para a parede: uma coleção de pinturas e estátuas grande o suficiente para dez museus esperava pelos olhares curiosos.
A queda de um império
Toda a pompa e circunstância dos Hearst, no entanto, não os ajudou quando a grande depressão atingiu os Estados Unidos. Apesar da fama do castelo — inspiração para o filme Cidadão Kane —, a família bilionária declarou falência.
As dívidas eram enormes e William teve de ceder a Hearst Corporation e grande parte de suas propriedades. As obras foram leiloadas e os veículos de comunicação, vendidos. A construção do castelo parou.
Os Hearst chegaram a voltar para sua suntuosa residência, terminada em 1947, mas, com o declínio da saúde de William, tiveram de se mudar mais uma vez. O herdeiro bilionário morreu em 1951.
Em 1958, o castelo foi doado para o estado da Califórnia. A enorme propriedade foi eleita um Marco Histórico Nacional dos Estados Unidos, em 1976. Até hoje, os Hearst ainda mantém contato com a estrutura, mas não são mais donos do lugar.
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