Pintura de Londres durante a Idade Média - Wikimedia Commons
Idade Média

Os lugares mais perigosos de Londres na Idade Média

A maior parte dos assassinatos acontecia aos domingos, e era mais fácil morrer dentro de igrejas do que em bordeis

Alana Sousa Publicado em 06/12/2019, às 11h22

Esfaqueado por uma amante com uma faca de peixe. Espancado até a morte por não jogar o lixo fora corretamente. Atingido por um parceiro que perdeu um jogo de gamão. Essas eram algumas formas de morrer em Londres, na Idade Média. No começo do século 14, Cheapside e Cornhill eram as principais ruas em que os crimes aconteciam, e domingo era o dia em que o risco de violência ficava acima do normal.

Essas foram as conclusões do professor Manuel Eisner, criminologista da Universidade de Cambridge. Ele elaborou um mapa digital da antiga cidade para mostrar os pontos cruciais de violência letal na Londres medieval entres os anos de 1300 a 1340.

Mapa dos assassinatos na Londres medieval / Créditos: Reprodução

Nessa época, a cidade tinha entre 40 mil e 100 mil habitantes. Sair às ruas era perigoso: 68% dos assassinatos ocorriam nas ruas e lojas, e 21% em residências privadas. Aproximadamente 92% dos suspeitos eram homens e um terço dos homicídios aconteceu aos domingos, com mais casos registrados dentro de igrejas (seis) do que em bordeis (dois assassinatos).

A análise revelou não só os locais, mas dias, horários e métodos mais usados, além de permitir que o usuário filtre suas buscas por ano, arma e cena. “Os eventos descritos mostram que as armas nunca estavam muito longe, a honra masculina tinha que ser protegida, e os conflitos facilmente saíam de controle”, afirma o pesquisador.

O total de homicídios registrados, 142, na proporção da população da época, indica que, no século 14, Londres era de 15 a 20 vezes mais violenta do que qualquer cidade britânica atual. Com uma diferença importante: hoje a medicina evoluiu, e muitos ferimentos são tratados a tempo.

Nos registros de seiscentos anos atrás, há casos de ferimento a faca que infeccionaram. Resultado: muitas vítimas morreram mais de uma semana depois de serem atacadas. "Hoje temos armas de fogo. É mais fácil matar, mas também é mais fácil para salvar vidas", diz Eisner.


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