De livros, jornais, carros e até mesmo animais: não existe um padrão de materiais coletados. Até familiares de Jacqueline Kennedy, ex-Primeira-dama dos Estados Unidos, sofreram com a doença
Fabio Previdelli Publicado em 28/06/2020, às 08h00
Apesar de muito se ouvir falar sobre casos extremos de acumuladores compulsivos, o transtorno só foi definido como uma doença mental em 2013. Atualmente, acredita-se que a síndrome afeta entre 2% a 5% dos adultos, embora a condição normalmente se manifeste na infância e possa piorar conforme a pessoa envelhece.
Conheça cinco casos extremos de acumuladores compulsivos.
Bettina Grossman
Bettina Grossman tinha a arte como profissão. Apesar do seu talento, ela passou os últimos anos longe dos holofotes, o que ocasionou que as vendas de suas obras nunca decolassem. Mas isso não a impediu de continuar fazendo arte em todos seus meios, como pinturas, esculturas, fotografias, filmes e desenhos.
Ela sempre continuava a criar, por muito tempo, por décadas. Como consequência, o fruto dessa produção reclusa começou a se acumular, até que que chegaram quase ao teto de seu apartamento. Ela tinha que acampar no corredor de sua casa, era praticamente impossível adentrar sua sala de estar.
O pesadelo de Bettina só acabou quando um jovem cineasta, chamado Sam Bassett, descobriu sua história e fez um documentário de sua vida.
Edith Ewing Bouvier Beale
Conhecida como “Big Edie” — o apelido servia para evitar confusão em uma família extensa que adorava reciclar nomes — ela morava junto com sua filha Edith Bouvier Beale, também conhecida como “Little Edie”. As duas viviam em uma mansão em East Hampton, Nova York.
Consideradas excêntricas e extremamente reclusas, as duas mulheres viviam com mais de 300 gatos. Ocasionalmente, outros animais, como guaxinins, também entravam na casa depois de caírem em buracos no telhado. A bagunça só começou a ser desfeita quando uma equipe de saneamento básico teve acesso a residência.
A dupla ganhou notoriedade pelas diversas latas vazias de comida de gato espalhadas pelo chão e por todo o material fecal dos animais que estavam por toda a residência. A repercussão do caso foi ainda maior pois as mulheres eram tia e prima de primeiro grau de Jacqueline Kennedy, ex-Primeira-dama dos Estados Unidos.
Alexander Kennedy Miller
Alexander Kennedy Miller sempre foi muito avarento durante sua vida, principalmente quando o assunto era sua imensa coleção de objetos. Após a morte de sua esposa, em 1996, encarregados de vasculhar a propriedade encontraram alguns itens inusitados em quantidades exacerbadas.
Miller tinha uma predileção por carros e aeronaves, por conta disso, ele possuía cerca de 50 veículos, muitos deles do modelo Stutz (um carro antigo de luxo), além de inúmeros motores, amortecedores, tampa de radiadores e diversas outras peças de automóveis. Mas o que realmente surpreendeu os investigadores foi a descoberta de uma enorme quantidade de dinheiro.
Miller e sua esposa guardaram 1 milhão de dólares em barras de ouro, 60 mil em barras de prata, 700 mil em notas promissórias e 200 mil em ações. Esta fortuna estava alojada em todos os tipos de lugares, cofres, armários e até mesmo enterrados no jardim.
Edmund Zygfryd Trebus
A história de Edmund Zygfryd Trebus chamou a atenção quando ela foi exposta no programa ‘A Life of Grime’, uma série da BBC sobre o cotidiano de profissionais de saúde ambiental. No início, alguns itens favoritos de Edmund para coleta eram aspiradores, câmeras e álbuns do Elvis Presley.
Entretanto, a coleta ficou menos seletiva e ele passou a percorrer as ruas procurando outros tipos de materiais para colecionar. O tesouro de Trebus invadiu sua casa e se espalhou pelo quintal, se tornando uma montanha de objetos sem valor. O homem defendeu com unhas e dentes sua coleção quando funcionários do departamento de saúde local e policiais tentaram forçar a limpeza do local.
Homer Lusk Collyer e Langley Collyer
Os irmãos Collyer viviam extremamente reclusos e são dois dos mais famosos acumuladores de todos os tempos. Langley, o mais novo entre eles, cuidava de seu irmão, parcialmente cego e paralisado, enquanto passeava pela cidade à noite para coletar mais objetos. Para proteger as quase 100 toneladas de coisas acumuladas, Langley montava armadilhas pela casa.
Em março de 1947, a polícia local recebeu um telefonema anônimo sobre um possível cadáver na casa dos irmãos. Chegando lá, eles tiveram extrema dificuldade para adentrar o local e só conseguiram após tirar dezenas de objetos de um dos cômodos. Após cinco horas de escavação, o corpo de Homer foi encontrado, a causa de sua morte foi devido a fome e uma doença cardíaca.
De início, os investigadores pensaram que Langley pudesse ter ligado para a policia e fugido logo em seguida. Porém, os policiais começaram a suspeitar que ele também poderia estar morto por não ter aparecido no funeral do irmão.
Após, semanas de investigação e toneladas de lixo retiradas da casa, seu corpo foi encontrado e um túnel usado para levar comida para o irmão, mas que acidentalmente havia caído em uma de suas armadilhas e acabou esmagado. Seu corpo havia sido parcialmente devorado por ratos.
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