Jânio Quadros condecorando Che Guevara com a medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul - Wikimedia Commons
Brasil

Na Guerra Fria, Jânio Quadros homenageou Che Guevara

Ao entregar a Ordem do Cruzeiro do Sul a um comunista ministro de Fidel Castro, Quadros gerou controvérsias na política brasileira

Redação Publicado em 28/02/2020, às 10h00

Jânio Quadros governou o Brasil por apenas 207 dias, de 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961. Durante esse período, o presidente assumiu uma postura, muitas vezes, polêmica, como na vez que condecorou o revolucionário argentino Ernesto Che Guevara com a medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

De acordo com o Itamaraty, a homenagem pode ser realizada para personalidades estrangeiras “que se tenham tornado dignas do reconhecimento da nação brasileira”. Em 19 de agosto de 1961, a medalha foi entregue a Che, ainda no período da Guerra Fria no mundo. Uma semana depois, Quadros renunciaria o cargo de presidente da República.

Crédito: Wikimedia Commons

“Ministro Guevara: v. Exa. manifestou em varias oportunidades o desejo de estreitar relações econômicas e culturais com o governo e povo brasileiros. Esse é o nosso propósito também. E é a deliberação que assumimos no contato com o governo e o povo cubanos. E para manifestar a v. Exa, ao governo de Cuba e ao povo cubano, nosso apreço, nosso respeito, entregamos a v. Exa. esta alta condecoração do povo e governo brasileiros”, afirmou Quadros durante a cerimônia.

Che, no entanto, assumiu que o encontro não tinha motivos práticos, era apenas uma cortesia. Em entrevista à imprensa, o então ministro da economia de Cuba disse que "foi sem duvida o maior fator para que Cuba fosse tratada na Conferência de Punta Del Este como país americano”, agradecendo ao Brasil pelo seu posicionamento em Montevidéu.

“Ernesto Che Guevara não somente causou impacto na tribuna de debates de Punta del Este, mas também, a sua passagem pelo Brasil gerou controvérsias com manifestações de apoiadores da Revolução Cubana e dos anticomunistas. A própria polarização política propiciava um campo minado para que tais fatos ocorressem, sobretudo, devido à nova orientação dada pelo presidente Jânio Quadros que, no início dos anos 1960, adotava uma política externa independente”, explica o historiador Leonardo da Rocha Botega no artigo A visita do revolucionário errante: Che Guevara na Argentina e no Brasil.


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