A hipótese de os Confederados vencerem os Unionistas em 1865 não é exatamente viajante
Elisa Almeida França Publicado em 02/03/2021, às 07h00
Em primeiro lugar, a resposta mais óbvia: os Estados Unidos teriam apenas 22 estados (em vez dos 50 atuais) e sua influência sobre o mundo não seria lá grande coisa. A maior parte do território norte-americano pertenceria, na verdade, aos Estados Confederados da América (ECA). Isso sem contar o México, Cuba e Porto Rico, entre outras nações da América Latina, que poderiam acabar anexadas, sob o afã expansionista dos ECA agrários e escravistas.
Mas outras implicações mais complexas poderiam sair dessa suposta mudança na história. O socialismo, por exemplo, poderia ter se expandido mais. Isso porque, de acordo com o historiador Fitz Brundage, da Carolina do Norte, os Estados Unidos que “sobrassem” no Norte dificilmente teriam servido como uma voz convincente em prol do liberalismo democrático, já que estariam fracos com a divisão do território.
“A importante democracia liberal seria percebida como um fracasso na visão da maior parte do mundo. Assim, haveria mais adeptos de alternativas como o socialismo ou a monarquia”, afirmou.
Mais tarde haveria outra mudança radical na história. Durante a Primeira Guerra Mundial, é possível que nem os ECA nem os EUA tivessem interesse em interferir a favor da Entente, de acordo com o historiador Marcos Alves de Souza – na vida real, o apoio foi decisivo para a vitória do grupo liderado por França e Grã- Bretanha. Sem essa força, a Alemanha poderia sair vitoriosa do conflito.
Nesse cenário, todos os países envolvidos no conflito acabariam ainda mais esgotados do que realmente ficaram. A Alemanha não: ela viraria a grande potência europeia. Dessa forma, o movimento nazista poderia nem encontrar um ambiente tão propício para se desenvolver.
“A Segunda Guerra ocorreria, resultado de um desfecho mal-arranjado da Primeira. Mas não tomaria a dimensão mundial sem o nazismo”, disse Marcos. Assim, talvez não houvesse Hitler nem Holocausto, e talvez a energia atômica e a ONU demorassem mais para surgir.
A hipótese de o Sul (confederados) vencer o Norte (unionistas) na guerra de 1865 não é exatamente viajante. O Sul tinha vários trunfos: os melhores generais, tradição militar e o fato de a maior parte da população viver no meio rural e conhecer o território que defenderia. Contava ainda com o provável apoio da Grã-Bretanha e França, maiores importadoras do algodão produzido por seus escravos.
Em abril de 1861, o Sul se declarou independente e começou a defender seu território contra o que entendia ser uma invasão dos exércitos da União. Em julho de 1863, depois de uma série de vitórias, bastava apenas ganhar as batalhas em Gettysburg e Vicksburg. Só que a história não foi assim.
Ao vencer essas batalhas cruciais, as tropas unionistas partiram os ECA em dois, controlaram o Rio Mississipi e acabaram tirando Texas, Louisiana e Arkansas da guerra, abrindo uma brecha no Sul para o avanço da União. Partindo desses estados, passaram pelo Tennessee, Geórgia e Carolinas, até ocuparem a capital confederada, Richmond (Virgínia), em abril de 1865. Foi o fim da guerra.
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