Soldados em trincheiras - Wikimedia Commons
Primeira Guerra

Do lança-chamas ao tanque: as 9 maiores novidades militares da Primeira Guerra

A Primeira Guerra foi responsável por inovações duradouras

Redação Publicado em 11/07/2020, às 09h00

Outra vítima da Grande Guerra: manuais de combate. No começo, a tática favorita era a mesma da época de Napoleão: formar linhas largas de soldados, disparar e avançar aos berros com baionetas – auxiliados por cavalaria armada por sabres.

Aviões eram tidos por apenas um fascinante brinquedo novo. Carro de combate tinha quatro patas. Foram necessários muitos fracassos para os generais – particularmente os franceses, que se gabavam do “espírito de ataque” e usavam uniformes azuis e vermelhos – aceitarem a fatalidade de que mandar soldados em bloco contra metralhadoras era como colocá-los num moedor de carne.

O resultado foi uma guerra de trincheiras, até essas mesmas se tornarem obsoletas diante de outra inovação: o tanque. O veículo que cruzava trincheiras e era à prova de metralhadoras se mostraria decisivo ao finalmente quebrar as defesas alemãs na Batalha de Amiens, em 8 de agosto de 1918, que daria, após tanto sofrimento, fim ao confronto.

Veja abaixo as maiores e mais duradouras novidades militares da Primeira Guerra.

1. Lança-chamas

No começo do século 20, o alemão Richard Fiedler inventou uma engenhoca que soltava fogo. A novidade logo caiu nas graças do Exército germânico. Quando a guerra começou, foi copiado pelos Aliados.

Adaptada em uma mochila de costas, a arma tinha dois cilindros: um para o líquido inflamável e outro para ar pressurizado misturado com dióxido de carbono ou nitrogênio.

O lançachamas fez estragos durante o embate. Dizimava tropas e servia como arma de efeito psicológico. Com o desenrolar do conflito, foi adaptado nos tanques de guerra.

2. Tanques

Em junho de 1915, o veículo dotado de blindagem de aço foi apresentado às autoridades britânicas. A máquina se deslocava sobre esteiras (já usadas em tratores) e transportava metralhadoras ou canhões. Em dezembro do mesmo ano, a arma recebeu o codinome “tanque”, para fazer o inimigo pensar que fosse algo para levar água.

Um tanque britânico / Crédito: Wikimedia Commons

 

A estreia aconteceu em 15 de setembro de 1916, em Flers-Courcelette. Embora inventado pelos ingleses, foram os franceses que construíram o maior número: 4494 unidades, contra 2397 britânicos. Os alemães só fizeram 20.

3. Dreadnought

Criado em dezembro de 1906, o navio britânico HMS Dreadnought era um encouraçado de 18110 toneladas: uma revolução no conceito de barcos de guerra, com baterias de dez canhões de 12 polegadas e motores com turbinas a gás. A velocidade atingia 21 nós, ou 41 km/h.

O nome dreadnought batizou toda uma classe de navios, construídos inclusive por outros países. O já obsoleto HMS Dreadnought lutou no Mar do Norte
no começo. E afundou um submarino – trombando com ele. A partir de 1916 foi posicionado no Rio Tâmisa para enfrentar ataques aéreos.

4. Destruição em massa

Em agosto de 1914, os franceses usaram gás lacrimogênio nos campos de batalha. Mas foram os alemães que inauguraram a guerra química, com sopros de gás cloro, em 22 de abril de 1915. Os Aliados retaliaram na mesma moeda.

Primeira Guerra: o conflito que ficou conhecido como Guerra das trincheiras / Crédito: Wikimedia Commons

 

No fim do conflito, cerca de 200 mil alemães, 190 mil franceses e 188 mil britânicos foram mortos ou feridos por gases tóxicos, apesar da invenção de máscaras e sistemas de proteção. As armas químicas foram as primeiras armas de destruição em massa.

5. Metralhadoras e granadas

No início, as metralhadoras pesavam até 60 quilos. Eram necessárias carretas para transportá-las até os campos de batalha. Elas só passaram a dominar o combate quando surgiram modelos portáteis, capazes de ser instalados onde necessário.

Na guerra de trincheiras, no entanto, a protagonista foi a granada de mão. Os britânicos usaram o modelo Mills, de formato ovalado. Os alemães usavam uma com um cabo de madeira. Ganhou o apelido de amassador de batatas.

6. Combate submarino 

Em 5 de setembro de 1914, os submarinos tiveram sua primeira vitória em combate. O U-Boat U-21 disparou um torpedo contra o cruzador britânico HMS Pathfinder. O compartimento de munição explodiu e o navio foi ao fundo em minutos, levando 259 marinheiros.

O U-Boat U-21 / Crédito: Wikimedia Commons

 

A Alemanha dominaria esse campo durante o conflito: seus submarinos podiam avançar em mar profundo, enquanto os dos Aliados eram restritos à costa. A campanha de U-Boats afundaria 5 mil navios mercantes.

7. Bombardeiro

Em 25 de maio de 1917, os alemães inauguram os bombardeios aéreos. Mas o avião ideal para os ataques noturnos era o britânico Handley Page 0/400: um biplano, com 31 metros de envergadura e 20 metros de comprimento, que voava a 156 km/h e tinha alcance superior a mil quilômetros. Em maio de 1918, o general inglês Hugh Trenchard estabeleceu um novo tipo de missão.

Em vez de simplesmente jogar bombas ao acaso sobre grandes cidades, ele inventou as ofensivas contra os centros industriais da Alemanha, uma inovação.

8. Terror aéreo

A Alemanha entrou na guerra com uma frota de 30 grandes dirigíveis de hidrogênio, capazes de levar toneladas de bombas numa altitude inalcançável pelas defesas do começo da guerra. Em 31 de maio de 1915, aconteceu o primeiro ataque com dirigíveis contra Londres, seguido por várias outras incursões, geralmente noturnas, que nos meses seguintes mataram mais de 520 pessoas.

No fim da guerra, o foco mudou para bombardeiros. Mas a grande novidade era o conceito do bombardeio de terror, atacar civis para destruir o moral adversário.

9. Caças

O Albatros D.III foi um dos melhores caças de escolta da Grande Guerra. Sua entrada, em janeiro de 1917, permitiu ao Serviço Aéreo Imperial alemão obter superioridade aérea incontestável. O avião era adaptado para melhor rendimento em grandes altitudes.

Suas duas metralhadoras de 7,92 mm, montadas sobre o capô do motor, atiravam em sincronismo com a hélice. Mas tinha um ponto fraco: a asa inferior costumava
partir-se durante mergulhos acentuados. A deficiência foi explorada pelos pilotos inimigos, encerrando seu reinado.


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