Após uma explosão em um ar-condicionado, o fogo do prédio paulista se transformou em uma das mais terríveis tragédias da história
Wallacy Ferrari Publicado em 18/06/2020, às 09h30
1. Como surgiu o incêndio
O moderno prédio havia sido construído dois anos antes do ocorrido, mas não contava com escadas de incêndio. Além disso, as divisórias das salas e escritórios do edifício eram compostas de diversos materiais inflamáveis, como móveis de madeira, carpetes, cortinas e forros internos de fibra sintética.
Por volta das 8h45 do dia 1 de fevereiro de 1972, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado resultou em uma explosão no 12º andar, rapidamente alastrada ao longo dos minutos seguintes por todo o edifício. O então secretário dos Serviços Municipais, engenheiro Werner Zalouf, afirmou ao Jornal do Brasil que havia a possibilidade do calor ter superado a marca dos 900°C.
2. Juntos até o final
Quando a equipe de regate confirmou que todos os sobreviventes haviam sido resgatados, por volta das 15h, a retirada dos corpos iniciou em uma cuidadosa operação ao longo do prédio, já direcionando os restos mortais para o Instituto Médico Legal em caminhões, vans e ambulâncias. Um caso, no entanto, chamou a atenção dos envolvidos na limpeza.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a equipe de bombeiros encontrou ao menos onze cadáveres abraçados no chão. Não foi possível confirmar a contagem, visto que o fogo carbonizou os corpos, praticamente soldando uns aos outros. Quando observados, tratava-se apenas de um grande bolo queimado, com pouquíssimas características humanas.
3. Falta de equipamentos
O primeiro bombeiro que conseguiu alcançar o telhado chegou somente 1h30 após o início do fogo, visto que nenhum helicóptero de forças municipais ou estaduais conseguia pairar de maneira consistente para a realização de resgates. A ajuda surgiu do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, da Força Aérea Brasileira, que tinha uma aeronave moderna disponível para a ocasião.
Quinze bombeiros ficaram intoxicados pela fumaça e criticaram as ferramentas e equipamentos disponíveis para o trabalho, alegando recursos insuficientes. Em diversos resgates, as equipes tiveram de improvisar cordões e escadas remendadas, umas nas outras, para alcançar as vítimas. Além disso, o Código de Obras do Município de São Paulo, desatualizado desde 1934, ainda não obrigava a instalação de itens contra o fogo.
4. Lenda das Treze Almas
Entre as mortes relatadas, uma lenda aponta que treze cadáveres — nunca identificados — teriam sido encontrados no elevador do edifício, enquanto tentavam fugir do fogo. Assim que o veículo despencou, os corpos foram retirados e enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, no bairro da Vila Alpina. O incômodo, no entanto, ocorreu em diversas ocasiões nos meses seguintes.
Visitantes, residentes e o zelador do edifício afirmaram ter ouvido diversos gritos, partindo do buraco onde o elevador estava instalado. O medo originou na lenda das Treze Almas, que atrai devotos para as sepulturas. As covas foram benzidas com água para representar o fim do incêndio, além de diversos copos d’água deixados em cima das lápides por visitantes do cemitério até os dias atuais.
5. Triste recorde
A tragédia do Edifício Joelma totalizou a morte de 187 pessoas, em decorrência da asfixia pela ausência de oxigênio nas chamas, atém de diversos casos de carbonização completa dos corpos e quedas de pessoas que tentavam se salvar ou reduzir o sofrimento. Além do alto número de óbitos, mais de 300 feridos conseguiram sobreviver ao fogo, sendo resgatados e levados para hospitais do centro de São Paulo.
Os números da tragédia fizeram o episódio ser o pior incêndio da história em arranha-céus na época contando as vítimas fatais. O título sombrio só foi ultrapassado em 11 de setembro de 2001, com o ataque aéreo que ocasionou no incêndio das Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Ainda hoje, o Joelma continua sendo o segundo maior caso.
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