Pinturas de D. Pedro e Domitila de Castro - Wikimedia Commons
Brasil

Das cartas eróticas a boatos: 5 curiosidades sobre o relacionamento de Dom Pedro I e Domitila

O romance que abalou o Brasil foi marcado por episódios polêmicos

Caio Tortamano Publicado em 27/09/2020, às 09h00

Na história brasileira, alguns episódios envolvendo romances proibidos e adúlteros chamam atenção, todavia, nenhum recebeu tanta atenção quanto a paixão ardente entre Dom Pedro I e Domitila de Castro Canto e Mello, a polêmica marquesa de Santos

Pensando nisso, separamos cinco fatos sobre o casal que abalou o Brasil Império. 

1. Cartas quentes

Uma das particularidades mais conhecidas a respeito da relação do imperador do Brasil e sua amante é que eles trocavam cartas quentes. Nos registros, Pedro desenhava o próprio pênis e enviava juntamente com mechas de seus pelos pubianos, uma prova de fidelidade à amante — irônico, sim.

Como se não bastasse, o monarca confessava sua vontade de fazer sexo com a amada através de um eufemismo: “quero ir aos cofres”, em referência a suas partes íntimas. Os bilhetes contavam com confissões saudosas a respeito de noites em que passaram fazendo amor.


2. DST

Apesar de ser a amante preferida de Dom Pedro, Domitila bem sabia que, se o homem não se mantinha fiel para a própria esposa, não seria diferente com a amante. O fogo do imperador rendeu  problemas de saúde, que volta e meia aparecia com marcas em seu pênis por conta de relações sexuais diversas.

A marquesa de Santos não se furtava em comentar sobre os problemas do amante, e nas correspondências que trocavam com frequência, ela perguntava como estava a recuperação de seu órgão, se referindo ao pênis dele como “tua coisa”.


3. Ascensão 

Domitila não fazia parte de nenhum tipo de nobreza. Através de contatos, a mulher conheceu o imperador, e logo engataram um romance que durou sete anos, no entanto, fez com que a paulista enriquecesse consideravelmente.

Retrato da Marquesa de Santos / Crédito: Wikimedia Commons

 

Em 1825, foi concedido a ela o título de viscondessa de Santos. Piorando a situação, ela foi colocada no posto de dama de companhia da imperatriz Maria Leopoldina da Áustria, a mulher do imperador que sabia das traições. Um ano depois foi nomeada marquesa da cidade litorânea — curiosamente, nem chegou a pisar na cidade portuária.


4. Amante assumida

Dom Pedro parecia não se incomodar com o fato de que a sociedade tinha conhecimento de seus bizarros casos, especialmente com a marquesa de Santos. Ela se mudou para o Rio de Janeiro, e passou a frequentar eventos sociais ao lado do infiel imperador, e também de sua esposa, Maria Leopoldina.

De tão escancarado, o relacionamento rendeu fofocas. Após a trágica morte de Leopoldina em 1826, foram espalhados rumores de que, na verdade, Domitila teria dado um jeito de envenenar a austríaca, que morreu após uma infecção. Todavia, não existem provas de que isso realmente aconteceu. 


5. Odiada

Os rumores despertaram o ódio da população brasileira pela Marquesa. Sua casa foi alvo de ataques por uma multidão raivosa, que se organizou depois da morte da imperatriz. A impopularidade foi tamanha que Pedro achou melhor não assumir sua relação mesmo após o óbito de sua esposa. Ao mesmo tempo, o imperador já sabia que teria uma segunda esposa. 

Solar da Marquesa, atualmente Museu da Cidade de São Paulo / Crédito: Wikimedia Commons

 

 

Domitila acabou se mudando para São Paulo e passou a residir na residência que ficou conhecida como Solar da Marquesa. Diferente do que muitos imaginam, a mulher passou seus últimos anos de dedicando a caridade. 


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