Medindo 136 cm de comprimento e 54 de altura, pintura rupestre encontrada na Indonésia impressionou especialistas
Redação Publicado em 09/01/2022, às 08h00
Nas paredes da caverna de Leang Tedongnge em Celebes, uma ilha indonésia, está a obra de arte mais antiga do mundo conhecida até hoje: um javali selvagem em tamanho real pintado há pelo menos 45,5 mil anos. É o que relata um artigo publicado pela revista Science Advances. O lugar, encontrado pelo arqueólogo Basran Burhan, doutorando na Universidade Griffith da Austrália, é bem isolado.
“A caverna fica em um vale cercado por penhascos de calcário íngremes. Só acessível por uma passagem estreita no período de seca, já que o fundo do vale fica completamente inundado com as chuvas”, descreveu o primeiro autor da pesquisa, o arqueólogo Adam Brumm. De acordo com ele, a pintura figurativa pode representar um dos tipos de caça mais cobiçados na época — os suínos maiores e com mais gordura, como está retratado, rendiam boa quantidade de comida e proteína.
O artigo também revela que, perto do animal, foram desenhados outros dois porcos, que parecem se enfrentar. “Estas descobertas reforçam a opinião de que as primeiras tradições modernas da arte rupestre não tenham surgido na Europa da Era do Gelo, e sim em algum lugar da Ásia ou da África, onde nossa espécie evoluiu”, considera Brumm.
De qualquer maneira, trabalhos como esses, recém-encontrados, evidenciam uma arte rupestre cada vez mais rica e relevante na Indonésia. Nos últimos 70 anos, só nesta Ilha de Celebes, os pesquisadores identificaram imagens em mais de 300 cavernas — e possivelmente nos mais antigos assentamentos humanos da região.
Feito com pigmentos minerais em ocre vermelho-escuro, o javali de 136 centímetros de comprimento por 54 de altura do painel pré-histórico apresenta uma pequena crista de pelos e um par de verrugas faciais em forma de chifre, características que indicam os machos da espécie Sus calebensis.
O contorno de duas mãos próximas à traseira do animal corpulento e desenhos danificados mais à frente podem sugerir uma caça ou, de acordo com especialistas, uma narrativa. “O javali parece observar uma briga ou a interação social entre dois outros porcos verrugosos”, sinaliza o arqueólogo Brumm.
Para descobrir o tempo do desenho, os cientistas se valeram de uma técnica chamada séries de urânio, que considera a datação dos processos geológicos ao redor. Neste caso, no topo da obra, foi encontrado um depósito de calcita com mais de 45,5 mil anos. Ou seja, a idade mínima da descoberta.
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