Antes da rede, o cérebro humano era diferente
Redação AH Publicado em 01/01/2017, às 10h30 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35
Antes da rede mundial, usava-se fita cassete para ouvir - e piratear - música; mapas impressos no lugar de GPS; telefone em vez de e-mail, mensagens instantâneas ou redes sociais. Livros, jornais e revistas eram a maior fonte de informação. A TV, maior responsável pela perda de tempo.
Os computadores podiam ser conectados por redes locais ou às BBS (bulletin board system), que funcionavam por telefone. Cada BBS tinha um número e não era plugada a outras, por isso geralmente só eram usadas entre moradores de uma mesma cidade. Permitiam trocar arquivos, mas o método preferido para isso era o disquete - e a pirataria de software já dava as caras, com cópias de jogos e outros aplicativos circulando de mão em mão. Esses disquetes e, depois, CDs, prevaleceram mesmo quando já havia a web, porque arquivos eram muito grandes para a pequena capacidade de transferência de dados - um modem de 56 kilobytes por segundo, comum até o início dos anos 2000, levava mais de dois minutos para transferir 1 megabit de informação.
É possível preencher páginas e páginas com essas pequenas diferenças, mas a mudança provocada pela internet é muito mais profunda. Talvez até a estrutura cerebral do ser humano tenha sido alterada nos últimos anos. Autor de um estudo de 2008, comparando a massa cinzenta de usuários da rede com a de não usuários, o psiquiatra Gary Small, da Universidade da Califórnia, concluiu que, por crescerem usando mensagens de texto, os mais jovens não mantêm contato visual em conversas e não entendem linguagem corporal. Em 2010, o escritor Nicholas Carr lançou Geração Superficial, baseado no estudo de Small e outros, no qual afirmou que a internet está sobrecarregando nosso cérebro com multitarefas e informações desimportantes. O resultado é que a capacidade de se concentrar, para ler livros e aprofundar pensamentos, está sendo comprometida - em outras palavras, estamos ficando burros.
Nem todos concordam com o pessimismo de Carr e Small. O professor Andrew Burn, da Universidade de Londres, disse ao jornal britânico The Guardian que há mudanças positivas. Como exemplo, citou os jogos online, que reforçam a interação social, levando as pessoas a entenderem o que as outras estão fazendo e planejando.
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