‘The Big Bang Theory’: Por que Sheldon sempre batia na porta três vezes?

Interpretado por Jim Parsons, Sheldon Cooper foi tão essencial para o sucesso de “The Big Bang Theory”, que a produção optou por não continuar sem ele — sem mencionar que ele foi quem recebeu um spin-off, 'Young Sheldon' —, terminando a sitcom, dessa forma, após 12 temporadas. 

Conhecido por sua personalidade socialmente desajeitada, muitas das peculiaridades e traços de Sheldon se tornariam piadas. 

Seja sua reivindicação sobre um lugar específico no sofá, sua elaboração de um contrato de relacionamento com Amy (Mayim Bialik), ou sua insistência em ouvir "Soft Kitty" quando estava doente. No entanto, o traço mais reconhecível de Sheldon seja sua insistência em bater na porta três vezes.

Mas qual seria o real motivo para essa mania não comum de um dos principais personagens da série? Apesar de muitas pessoas terem passado batido neste detalhe, a própria série explica o motivo desse costume de Sheldon. 

“Vestir as calças”

A prática de bater três vezes na porta, inicialmente vista em "The Euclid Alternative", episódio da segunda temporada de ‘The Big Bang Theory’, logo se tornou uma tendência entre os fãs, assimilada rapidamente quanto qualquer slogan popular. 

O protagonista interpretado por Parsons adotava esse hábito, anunciando o nome da pessoa e repetindo o processo duas vezes mais. Embora Sheldon tenha seguido essa rotina, especialmente à porta da vizinha Penny (Kaley Cuoco), até a 10ª temporada, ele abandonou o hábito de maneira gradual. 

Enquanto os criadores de ‘The Big Bang Theory’ dizem que Sheldon Cooper não foi concebido com condições neurológicas específicas, os fãs associam frequentemente o personagem ao autismo e ao transtorno obsessivo-compulsivo.

Seja intencional ou não, a série induz o público a essa interpretação. Esses diagnósticos poderiam explicar muitos dos comportamentos rituais de Sheldon, sua atenção aos detalhes, preferência pela rotina e até mesmo sua compulsão em bater três vezes nas portas, mas nada foi confirmado. 

A série também mostra como Sheldon se sente desconfortável quando alguém responde após uma ou duas batidas, interrompendo seu ritual. Embora a batida esteja, sem dúvidas, relacionada personalidade de Sheldon, ‘The Big Bang Theory’ oferece uma explicação mais específica para o comportamento.

Em "The Hot Tub Contamination", episódio da série, Sheldon e Amy enfrentam dificuldades após viverem juntos, com as exigências incessantes do protagonista em relação à sua nova parceira. Durante uma conversa com Penny, o personagem compartilha uma história de sua infância que, supostamente, ninguém mais conhece. 

Quando tinha 13 anos, voltando para casa da faculdade, Sheldon descobriu seu pai tendo um caso com outra mulher. Desde então, ele adotou a prática de bater três vezes na porta para as pessoas terem tempo de "vestirem as calças".

Contudo, Sheldon não realiza essa ação apenas para evitar testemunhar atos íntimos. Se Penny estivesse envolvida em atividades íntimas quando Sheldon a chamasse, ela simplesmente o ignoraria e ele partiria, acreditando que ela não estava em casa. Em vez disso, o ato reflete as emoções dolorosas decorrentes do colapso de sua família, de acordo com o Screen Rant. 

Chance perdida

Sheldon acredita que bater três vezes teria evitado que ele encontrasse seu pai num momento constrangedor, enquanto estava sem roupas com outra mulher, poupando-o da tristeza subsequente, tal qual atingiu todos os membros da família.

O ritual na porta de Penny, Raj (Kunal Nayyar) ou Amy pode ser a maneira de Sheldon tentar controlar a situação e garantir que nada desagradável o espere do outro lado.

Isso explicaria por que Sheldon não emprega essa prática durante toda a primeira temporada (porque ele não se importa com ninguém o suficiente) e por que eventualmente a abandona (ele se torna mais habilidoso em relacionamentos interpessoais).

Existem diversos argumentos válidos, entretanto, série oferece uma explicação mais significativa para o motivo pelo qual Sheldon bate três vezes, além de apenas sugerir uma simples mania.