Vítimas de uma tragédia que chocou gerações, os personagens conseguiram se salvar, mas tiveram de continuar lutando depois
Pamela Malva Publicado em 27/01/2021, às 19h00 - Atualizado em 23/06/2023, às 19h41
No dia 14 de abril de 1912, às 23h40, o casco do RMS Titanic se chocou contra um enorme iceberg. Ainda que o naufrágio que se seguiu tenha sido questionado por teóricos da conspiração, muitas histórias ficaram congeladas no Oceano Atlântico.
Desenhistas, professores, maquinistas, pilotos, camareiras e empresários viram-se em um mesmo navio, que afundava mais a cada minuto. De repente, era tudo questão de vida ou morte e os botes pareciam pequenos demais para tantos sonhos afogados.
Centenas de histórias ficaram para trás naquela data, enquanto pessoas afundavam na água congelante. Outras dezenas, no entanto, foram salvas pelos barcos salva-vidas e, hoje, chegam a ser inacreditáveis para quem só viu o filme que narra a tragédia.
Conheça cinco histórias de sobreviventes do naufrágio do Titanic:
No mesmo ano da tragédia, o professor, jornalista e autor britânico Lawrence Beesley se demitiu de seu emprego. Sozinho na Europa, ele decidiu visitar seu irmão no Canadá e, assim, embarcou na segunda classe do RMS Titanic, explica o site Encyclopedia Titanica.
O homem estava deitado em sua cama quando o navio atingiu o iceberg. Ele sentiu as máquinas desligando e, após idas e vindas com livros nos bolsos, Lawrence foi até o convés.
Por sorte, o professor subiu no Bote 13, que aceitava homens a bordo. Ao lado de outras 64 pessoas no mesmo barco, ele foi salvo, apesar de ter sido dado como desaparecido. Décadas depois, morreu aos 89 anos.
Desde muito jovem Violet Jessop trabalhou como camareira na White Star Line, empresa contratada pelo Titanic. Naquela fatídica noite, ela foi colocada em um dos botes salva-vidas e ainda carregou um bebê desconhecido em seus braços.
Resgatada pelo RMS Carpathia, a jovem entregou a criança para sua suposta mãe e seguiu sua vida. Durante a Primeira Guerra, no entanto, Violet foi convocada pela Cruz Vermelha Britânica para servir como enfermeira a bordo do HMHS Britannic, como documentado pelo Encyclopedia Titanica.
Apesar de funcionar como um hospital, o navio afundou no Mar Egeu, em 1916. Ao escapar do naufrágio, que durou 55 minutos e matou 30 pessoas, viveu até os 84 anos.
No ano de 1912, Michel Navratil viu-se sozinho com os filhos pela primeira vez desde o divórcio com a mãe dos garotos. Com uma oportunidade de ouro em mãos, ele decidiu fugir com os meninos, todos com nomes falsos, para o Novo Mundo — a bordo do Titanic.
Na noite da colisão, o homem abandonou seu jogo de cartas para conseguir salvar seus filhos da tragédia. Com os pequenos num bote, ele olhou para Michel Jr. e Edmond, de quatro e dois anos, uma última vez antes de afundar sozinho nas águas congelantes.
Conhecidos como os “órfãos do Titanic”, sem falar o inglês e sob os nomes falsos, os pequenos só encontraram sua mãe depois. Mais tarde, Michel Jr. viveu até os 92 anos, enquanto Edmond morreu em 1953.
Pioneira no cinema norte-americano no início do século 20, Dorothy Gibson ficou famosa por representar a si mesma no primeiro longa que contou a história do naufrágio do Titanic.
Naquela noite, contudo, Dorothy estava jogando com alguns amigos quando o choque abalou os funcionários do navio. Com uma passagem da primeira classe, a atriz escapou no bote de número 7, o primeiro a ser lançado ao mar. Dorothy morreu décadas mais tarde, em 1946, aos 56 anos, vítima de insuficiência cardíaca.
Nascido em uma linhagem de samurais, Masabumi Hosono era o único japonês a bordo do Titanic. Ágil e inteligente, ele subiu em um dos botes e ocupou a última vaga disponível no barco. Na hora, sua vida foi salva, mas sua reputação foi destruída.
Ao chegar em Tóquio, o homem foi criticado por não se adequar às virtudes samurais. Para muitos, ele não demonstrou coragem, sacrifício e, principalmente, honra, ao desrespeitar a fila de prioridades do navio e, assim, foi considerado um covarde.
Com sua história contada em todos os jornais, ele chegou a perder o emprego e foi criticado até o dia de sua morte, dos 41 aos 68 anos. A redenção só veio em 1997, no mesmo ano do lançamento do filme Titanic, quando Masabumi recebeu uma condecoração póstuma oferecida pelo próprio governo japonês.
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