Sendo a mais longeva dinastia em vigor na História, o molde político japonês chama atenção
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/07/2021, às 08h00
Considerado um dos países de maior destaque internacional pela organização meticulosa dos mecanismos sociais, além de investir em tecnologia de ponta, o Japão chama atenção por contrastar sua potência econômica com um molde político antigo, conforme previsto pela mais recente constituição do país, que passou a vigorar em 1947.
Nela, o país prevê a monarquia constitucional unitária, que designa o poder a um imperador junto de um parlamento.
A medida mantém uma das origens do país e, dessa maneira, consegue embasar o progresso da nação — logo, uma mudança nada habitual, como o presidencialismo ou o parlamentarismo, seria adaptada com menor facilidade.
Sabendo disso, o site Aventuras na História separou alguns fatos históricos para conhecer melhor o molde imperial japonês.
Confira 5 curiosidades da monarquia do Japão.
A Casa Imperial do Japão mantém o poder sobre a nação desde 660 a.C., sendo a atual dinastia mais antiga do planeta que ainda está em vigor. Com isso, as ligações diretas de herdeiros na monarquia japonesa permitiram 126 trocas de líderes durante o período, iniciando pelo imperador Jinmu, até o atual Naruhito, todos descendentes diretos.
Se engana quem pensa que a posição é unicamente política; há uma crença, que é passada gerações a diante, de que todos os imperadores descendem de Amaterasu Ninigi, atribuída pela lenda local como deusa do sol, considerada a mais importante pois "sem o sol, não haveria a luz" e seus progressos.
A ligação mais próxima foi do primeiro imperador, Jinmu, que teve Amaterasu como tataravó, passando para gerações seguintes a capacidade de decidir com sabedoria, como descreve o portal Opera Mundi.
A lenda é contestada por opositores do molde imperialista, que argumentam ser fruto de uma fantasia para convencer a população de suas capacidades de governar.
Apesar de exemplificar para o mundo o equilíbrio do imperialismo sem o ditatorialismo, um dos fatores conservadores se mantém desde a fundação; mulheres são impedidas de assumir o cargo máximo do país, mesmo que sejam descendentes diretas. A medida foi atualizada na constituição de 1947, que reiterou a medida.
Contudo, durante todo o período do império, oito mulheres assumiram a função — todas em caráter provisório, até que o próximo homem pudesse assumir, avaliando idades dos outros descendentes ou até escolha entre irmãos.
A medida também é contestada por opositores como ultrapassada, exemplificando a atuação de Elizabeth II na monarquia do Reino Unido.
A medida de afastar as mulheres da monarquia resulta em situações problemáticas; as princesas, filhas do líder, devem abdicar do título real caso oficializar uma relação com um plebeu, recebendo uma quantia financeira para deixar de ser nobre e manter uma segurança financeira fora da realeza, como registrou o portal Último Segundo, do IG.
O atual responsável por ocupar o Trono do Crisântemo é Naruhito, com 61 anos de idade. Ele ocupa o cargo de imperador desde 1 de maio de 2019, visto que seu pai, Akihito, foi o primeiro imperador a renunciar em 200 anos de dinastia, visando sua saúde física e mental e deixando o cargo aos 85 anos.
Naruhito herdou a política pacífica do pai, contrastando com a postura do avô Hirohito, que esteve à frente do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é formado em História pela Universidade de Gakushuin.
Desde 1993, é casado com Masako Owada, que na época trabalhava no Ministério das Relações Exteriores, deixando de lado a carreira diplomática para acompanhar o imperador.
Ainda Estou Aqui: Conheça o livro que inspirou o filme de sucesso
5 membros da realeza britânica que não usaram o verdadeiro nome
O inusitado prato favorito do príncipe George, filho de William
Donald Trump: Quem são os filhos do novo presidente dos Estados Unidos?
De Clinton a Nixon: Relembre polêmicas de presidentes dos Estados Unidos
Senna: Compare o elenco da série com as pessoas reais