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Como fazíamos sem mapas

Até o século 20, a solução era olhar as estrelas e fazer cálculos

Ernani Fagundes Publicado em 25/06/2009, às 19h07 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Quem já rabiscou um mapinha para indicar um caminho repete um gesto tão antigo quanto a humanidade. "Uma das necessidades mais primordiais da comunicação é indicar um rio ou uma caverna", afirma Jorge Pimentel Cintra, professor de História da Cartografia da Universidade de São Paulo. Muitos desses desenhos devem ter se perdido; ainda assim, o primeiro mapa já visto é bem antigo. Ele surgiu no Egito, há 4 mil anos, e delimitava propriedades rurais.

Para áreas maiores, foi necessário recorrer à matemática e à astronomia. Conhecedores dessas duas ciências, os babilônios criaram um mapa-múndi, que mostra um círculo de terra rodeado por água e por corpos celestes. Depois, o grego Erastótenes (276-194 a.C.) acrescentou uma ferramenta útil para os cálculos: o conceito de latitude. Em Roma, no século 2, um livro de Marino de Tiro (60-130) e Cláudio Ptolomeu (87-150) dava as coordenadas de 8 mil locais. Mas os desenhos ainda não eram confiáveis.

No século 14, as grandes navegações deixaram os cartógrafos mais uma vez em alta. Os mapas eram caros, mas o investimento compensava. Foi com uma tabela de distâncias do matemático José Visinho que Bartolomeu Dias alcançou o cabo da Boa Esperança. Os desenhos eram atualizados com rapidez. Em 1502, dois anos após a descoberta do Brasil, o mapa de Cantino já exibia o novo território.

Mas ainda faltava exatidão. Começou assim a busca pelas longitudes do planeta. Em 1772, o britânico John Harrison (1693-1773) resolveu o problema com um relógio que sempre marcava a hora de um único meridiano. Um novo estágio começou há cinco décadas, com os satélites. No século 21, as imagens do planeta visto do espaço estão na tela de qualquer computador. E, em vez de rabiscar mapas, usamos aparelhos de GPS para nos localizar.

Veja também: 10 fatos sobre mapas e cartografia

 

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