Após mais de um século do lendário naufrágio, empresário australiano tem projeto para construir transatlântico semelhante ao Titanic; saiba mais!
por Fabio Previdelli
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Publicado em 15/04/2024, às 19h00 - Atualizado em 24/04/2024, às 07h27
Na última segunda-feira, 15 de abril, o naufrágio do RMS Titanic completou 112 anos. O luxuoso transatlântico deixou o porto de Southampton, na Inglaterra, no dia 10 de abril de 1912, e colidiu contra um iceberg nas últimas horas do dia 14, já no trecho final de sua viagem inaugural que tinha a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, como destino.
No centenário da tragédia, em 2012, o bilionário australiano Clive Palmer — que trabalha no ramo da mineralogia e prospecção de recursos naturais — manifestou o desejo de construir o Titanic II; uma réplica da icônica embarcação.
O plano, que começou há uma década, porém, ficou adormecido até meados de 2018, como recorda matéria da CNN. Depois, se perdeu por mais algum tempo.
Entretanto, após seis anos, no último mês de março, o projeto foi relançado durante uma coletiva de imprensa na Ópera de Sydney, na Austrália, e tinha como pano de fundo o famoso porto da cidade. Entretanto, o que se sabe sobre o Titanic II?
Em entrevista à mídia local, Palmer disse: "É muito mais divertido navegar no Titanic do que ficar sentado em casa contando meu dinheiro", repercute a CNN.
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A frase, tipicamente excêntrica de um homem que ganha quase meio bilhão de dólares em royalties de mineração anualmente, externa um simples fato: o problema do empresário não é como ganhar dinheiro, mas sim como o gastar.
Quando apresentou sua ideia pela primeira vez, há uma década, a opinião popular é que ele era rico e extravagante o suficiente para realizá-la. Mas da última vez, quando o projeto esteve mais perto de sair do papel, seus planos foram atrapalhados pela pandemia da covid-19.
Com os portos fechados e os passageiros reticentes quanto a possibilidade de ficarem em quarentena em alto mar, Palmer — presidente da empresa Blue Star Line por trás do projeto Titanic — também tinha outros assuntos em sua agenda: uma fracassada candidatura a cargos políticos.
Em 2018, relembra a BBC, Clive Palmer fundou o Partido da Austrália Unida, cujas políticas incluíam uma Declaração de Direitos Australiana e proibições de confinamentos e mandatos de vacinas devido à Covid. Gastando milhões de dólares em publicidade, o empresário teve pouco retorno eleitoral e o partido acabou encerrando suas atividades em 2022.
Passado tudo isso, Palmer acredita que agora seja o momento ideal para reviver seu sonho de recriar o lendário RMS Titanic. "Temos o prazer de anunciar que, após atrasos globais imprevistos, reencontramos parceiros para dar vida ao sonho do Titanic II. Que comece a jornada", disse em comunicado à imprensa.
O projeto, semelhante aos já apresentados no passado, prevê o início das obras para o primeiro trimestre de 2025. Neste momento, Palmer espera que os licitantes vencedores sejam originários da Europa — por não acreditar que os padrões chineses estejam à altura da tarefa, disse aos repórteres.
No relançamento do projeto, e equipe do bilionário australiano distribuiu um vídeo — já antigo — que imagina o interior do navio e como ficará cada uma das salas; além de atores completamente vestidos com trajes da época; os passageiros serão incentivados a vestir-se como nos anos 1900, mas não será algo obrigatório, aponta um porta-voz do projeto.
Em relação as suas dimensões, o Titanic II terá 269 metros de comprimento (o mesmo do Titanic original) e 32,2 de largura (4,2 metros maior). Isso permitirá abrigar 2.345 pessoas (contra 2.224 que embarcaram no transatlântico em 1912) que podem se abrigar em 9 andares com 835 cabines — quase metade delas reservada para a primeira classe.
Já os passageiros da terceira classe contam com guisado e purê, e distribuídos em mesas compridas em uma sala de jantar espaçosa, assim como no Titanic original. Entretanto, um porta-voz relatou que outras refeições também estarão disponíveis para aqueles que desejam uma experiência menos autêntica.
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Mesmo após mais de um século do naufrágio, o Titanic continua cativando pesquisadores e historiadores. Tanto é que, além do clássico filme de James Cameron, vencedor do Oscar de 1997, um grupo de aventureiros, no ano passado, acabou morrendo enquanto tentava visitar os destroços do transatlântico.
Palmer, porém, deseja que o Titanic II não só não tenha um final trágico como também possa ajudar a alcançar a paz mundial.
"Todos nós sabemos como fazer a guerra. Conseguimos exércitos e financiamos guerras. As pessoas sabem disso. Mas é muito mais difícil fazer a paz. Para fazer a paz você tem que persistir todos os dias. Você progride centímetro por centímetro", disse ele no comunicado à imprensa.
Titanic II é algo que pode proporcionar paz. Pode ser um navio de paz entre todos os países do mundo. Milhões sonharam em navegar nele, vê-lo no porto e vivenciar sua majestade única. O Titanic II será o navio onde esses sonhos se tornarão realidade", finalizou.
