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Matérias / Linha Direta

Linha Direta: Veja o caso do 'falso profeta', exibido no programa

No Linha Direta desta semana, exibido na última quinta-feira, 25, foram apresentados os crimes cometidos por Jair Tércio Cunha Costa, o "falso profeta"

Éric Moreira Publicado em 25/04/2024, às 17h25 - Atualizado em 26/04/2024, às 18h50

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O líder espiritual Jair Tércio Cunha Costa - Reprodução/ Fantástico/ TV Globo
O líder espiritual Jair Tércio Cunha Costa - Reprodução/ Fantástico/ TV Globo

Na última quinta-feira, 25, a TV Globo exibiu o segundo episódio da nova temporada do programa Linha Direta. Apresentado pelo jornalista Pedro Bial, o programa true crime brasileiro apresenta casos criminais de grande impacto das últimas décadas.

No novo episódio desta semana, foram mostrados os crimes de Jair Tércio Cunha Costa. Conhecido como "falso profeta", ele foi um líder religioso e ex-grão-mestre de uma loja maçônica na Bahia, porém foi denunciado oficialmente por abusar de 14 mulheres, muitas delas menores de idade, sem mencionar que as submetia a violência moral e psicológica.

Conforme apurado nas investigações, Jair Tércio alegava ser uma pessoa iluminada — dizia até mesmo ser uma reencarnação de Moisés e de Jesus Cristo —, e se inseria em vários ambientes sociais.

Nesses meios, realizava um trabalho preliminar que chamava de "despertar do ser humano", para estabelecer os primeiros vínculos, e, depois que conquistava confiança das vítimas, as submetia às atrocidades.

Vale mencionar também que ele é um dos criadores da Fundação Organização Científica de Estudos Materiais, Naturais e Espirituais (Ocidemnte) e era grão-mestre da Grande Loja Maçônica da Bahia (Gleb).

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Jair Tércio Cunha Costa durante fala para grupo de seguidores / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/@JornaldaRecord

Casos

O caso de Jair Tércio ficou conhecido em 2020, quando uma operação para prendê-lo foi deflagrada em Salvador pelo Ministério Público do Estado da Bahia, segundo o Correio 24 horas, após uma série de acusações de suas vítimas.

Ele me privou de tudo, de minha própria vida. Eu só podia viver o que ele queria que eu vivesse. Eu não podia usar biquíni, ir à praia, ir para festas, encontrar meus amigos de infância. Até encontros de família, ele dizia para eu ir o mínimo possível. Eu não tinha vida fora da Fundação", relatou Tatiana Badaró, uma das vítimas que o denunciou, em depoimento.

Quando ocorreu a operação para prendê-lo, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços em que ele exercia suas atividades "religiosas". Segundo as investigações, era inegável a existência de "indícios de cometimento de crimes de violência de gênero".

Porém, não bastassem os indícios, em 2020 também foi divulgado pela promotora de Justiça Márcia Teixeira que, ao todo, 21 vítimas procuraram o Ministério Público para prestar queixa contra Jair Tércio. Infelizmente, nem todas poderiam se tornar denúncias formais, pois, muitos dos crimes já haviam prescrito.

"A grande maioria das vítimas foram responsáveis pelo pedido do sigilo. Elas têm medo do denunciado e também dos seus servidores. Temos hoje nove vítimas e seis testemunhas que foram vítimas no passado, mas são vítimas de crimes já prescritos. Uma vítima tem 16 anos e outra, que fez 18 anos esse ano, vinha sofrendo violência sexual desde os 12. No total, são 21 vítimas que chegaram até o MP", disse Márcia Teixeira na coletiva de imprensa.

Jair Tércio Cunha Costa / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/@odemolidordemitos

Condenação

Anteriormente, Jair Tércio foi condenado a uma pena de 13 anos e quatro meses de prisão. Porém, recentemente, em fevereiro deste ano, sua pena foi estendida para 17 anos e seis meses, em regime fechado. Isso, pois, seu caso foi enquadrado no artigo 217, referente ao crime de estupro de vulnerável, em vez do que era previsto anteriormente, o de importunação sexual.

"É robusta e sólida a prova colhida nos autos, em fase judicial, no sentido de que o ora apelante, Jair Tércio Cunha Costa, cometeu efetivamente o crime de estupro de vulnerável, ou seja, a instrução processual logrou comprovar a justa causa penal do delito previsto no art. 217-A, §1º do CPB, sendo descabido o pedido absolutório, tampouco de desclassificação para o delito previsto no art. 215 do Código Penal. Isto posto, rejeito a pretensão desclassificatória da Defesa", pontua a decisão.

Apesar disso, Jair Tércionão está preso. Mesmo após mais de três anos de acusações e de seu mandado de prisão, ele nunca foi capturado pela polícia, e segue foragido da Justiça, sendo inclusive procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).