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Matérias / Arqueologia

Confira 5 'tesouros' que os antigos egípcios enterraram com seus mortos

Os antigos egípcios são amplamente reconhecidos por seus rituais funerários sofisticados, que refletiam suas crenças sobre a vida após a morte

Luiza Lopes Publicado em 26/02/2025, às 18h00

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Sarcófago de Tutancâmon, retrato e estatueta de shabti - Getty Images
Sarcófago de Tutancâmon, retrato e estatueta de shabti - Getty Images

Os antigos egípcios são amplamente reconhecidos por seus rituais funerários sofisticados e elaborados, que refletiam suas crenças sobre a vida após a morte.

Ao longo dos séculos, arqueólogos descobriram uma vasta gama de objetos funerários e ornamentos que acompanhavam os falecidos em suas tumbas, com o objetivo de garantir uma transição segura para o outro mundo e assegurar uma existência eterna. 

Esses itens representavam a tentativa de preservar a essência do falecido e prover tudo o que ele precisaria para a vida após a morte. Confira, a seguir, cinco bens funerários encontrados nas tumbas egípcias:

1. Sarcófagos

Os antigos egípcios frequentemente eram sepultados em sarcófagos ricamente decorados, muitos dos quais apresentavam ilustrações detalhadas. Esses caixões geralmente incluíam hieróglifos que não apenas identificavam o nome do falecido, mas também continham orações e bênçãos, visando assegurar sua proteção e bem-estar na vida após a morte. 

Alguns sarcófagos eram compostos por várias camadas, com um sarcófago menor dentro de outro, envolvendo o corpo mumificado no centro. A riqueza do indivíduo influenciava o material utilizado na fabricação do sarcófago, sendo que os mais luxuosos eram feitos com materiais preciosos. 

Os sarcófagos de Tutancâmon, por exemplo, foram revestidos com grandes quantidades de ouro, simbolizando a magnitude e a importância do faraó, repercute a Live Science.

Tutancâmon
Sarcófagos de Tutancâmon / Crédito: Getty Images

2. Cópias do "Livro dos Mortos"

O "Livro dos Mortos" é um termo moderno usado para descrever uma coleção de textos funerários que os antigos egípcios incluíam nos túmulos para auxiliar os mortos em sua jornada para o além.

Conhecidos pelos egípcios como "Livro da Vinda ao Dia", esses escritos tinham como principal objetivo orientar e proteger os falecidos na vida após a morte.  

O conteúdo variava conforme o texto, mas, de maneira geral, abordava as crenças dos egípcios sobre o que aguardava o indivíduo após a morte.

Em janeiro de 2023, por exemplo, arqueólogos descobriram um papiro de 15 metros contendo o "Livro dos Mortos" na tumba de um homem chamado Ahmose.

O documento menciona o nome do proprietário cerca de 260 vezes, que teria vivido aproximadamente 300 anos a.C.. Foi o primeiro papiro em 100 anos a conter o “Livro dos Mortos” completo, que conta com ilustrações e textos mostrando cenas do mundo dos deuses e do pós-vida. 


3. Retratos e máscaras 

Os retratos de múmias oferecem representações vívidas e detalhadas dos falecidos. Criados principalmente entre o primeiro e o terceiro século d.C., os exemplos mais comuns eram pintados em painéis de madeira, enquanto os retratos em mortalhas continuaram sendo produzidos até o quarto século. 

Susan Walker, curadora honorária e ex-guardiã de antiguidades no Ashmolean Museum da Universidade de Oxford, contou em entrevista ao Live Science que esses retratos eram cuidadosamente afixados aos corpos mumificados.

O uso deles era particularmente prevalente nas cidades e vilas de Fayum, embora também tenham sido encontrados em outras partes do Egito. 

retratos
Alguns dos retratos encontrados no Egito / Crédito: Divulgação/Musée du Louvre

Os falecidos também podiam ser enterrados com máscaras de múmia sobre seus rostos, que retratavam imagens idealizadas da pessoa. Elas podiam ser confeccionadas com materiais como gesso, cartonagem (um tipo de papel machê), linho, e, em raras ocasiões, metais preciosos. 

Em 2018, arqueólogos descobriram uma máscara de múmia feita de prata dourada com detalhes em ouro em Saqqara. Pertencia a um sacerdote que servia a deusa Mut, uma divindade associada ao céu. 

máscara
Máscara de múmia dourada de um jovem (332 aC-395 dC) / Crédito: Getty Images

4. Estatuetas de Shabti

As estatuetas de shabti, também conhecidas como ushabti, eram criadas para servir como "trabalhadores" do falecido na vida após a morte. Essas figuras mágicas, que variavam em quantidade dependendo da importância do túmulo, eram projetadas para cumprir as tarefas que o falecido não poderia realizar no além.

Em alguns casos, uma pessoa poderia ser enterrada com centenas de shabtis, garantindo que o trabalho fosse realizado por toda a eternidade, conforme conta o egiptólogo Peter Lacovara em seu livro "O Mundo do Egito Antigo: Uma Enciclopédia da Vida Diária”.

As estatuetas mais simples eram feitas de cerâmica, enquanto versões mais elaboradas eram revestidas de ouro, simbolizando o status e a riqueza do falecido. O conceito de shabti reflete a crença egípcia de que a vida após a morte seria uma continuidade do cotidiano, com a necessidade de trabalho e serviço, mas sem sofrimento.

estatuetas
Exemplos de estatuetas de shabti / Créditos: Getty Images

5. Decorações

As tumbas de antigos egípcios ricos frequentemente eram adornadas com pinturas murais, que representavam uma variedade de cenas significativas. Essas obras de arte incluíam retratos dos falecidos, representações de deuses e até imagens dos falecidos venerando essas divindades.

Também era comum encontrar pinturas que retratavam as pessoas lamentando os falecidos, criando uma atmosfera de respeito e lamento. 

Além disso, as pinturas murais capturavam cenas da vida cotidiana, como o cultivo de plantas, a presença de animais e a fauna local. Em alguns casos, os murais apresentavam representações de atividades atléticas, como lutas e danças. Ao lado dessas imagens, hieróglifos eram frequentemente desenhados, fornecendo informações sobre o indivíduo enterrado na tumba e sua vida.

Os antigos egípcios também usavam estátuas nas tumbas, que poderiam representar divindades ou figuras importantes. Em janeiro de 2024, arqueólogos descobriram em Saqqara uma estátua de Harpócrates, o deus infantil grego associado ao silêncio, datada de aproximadamente 2.000 anos. Essa estátua possivelmente simbolizava a devoção religiosa do falecido. 

Em outras tumbas, as estátuas eram representações do próprio falecido ou de sua família. Um exemplo disso foi encontrado em abril de 2023, quando arqueólogos descobriram uma tumba de 3.300 anos, pertencente a um homem chamado Panehsy, em Saqqara. Dentro dela, foi encontrada uma estátua esculpida em relevo, retratando o homem e sua família.