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Notícias / Astronomia

Próximo líder da NASA priorizará Marte sem abandonar a Lua

Bilionário Jared Isaacman defende foco em missões tripuladas ao Planeta Vermelho, mas garante continuidade dos planos de retorno lunar para 2027

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 09/04/2025, às 17h30

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Imagem de Marte feita por um rover - Divulgação/NASA
Imagem de Marte feita por um rover - Divulgação/NASA

Em uma audiência de confirmação no Senado nesta quarta-feira, 9, o indicado para liderar a NASA, o bilionário Jared Isaacman, delineou sua visão para o futuro da exploração espacial americana.

Surpreendentemente, Isaacman priorizou o envio de astronautas dos EUA a Marte, caso sua nomeação seja confirmada. No entanto, ele fez questão de enfatizar que essa nova ênfase não significaria o abandono dos planos atuais de levar humanos de volta à Lua até 2027.

Jared, um empreendedor de 42 anos que financiou suas próprias viagens espaciais, declarou ao comitê de comércio, ciência e transporte da câmara que, seguindo a diretriz presidencial, sua prioridade seria "enviar astronautas americanos a Marte".

Ele argumentou que, ao longo desse caminho, a capacidade de retornar à Lua seria inevitavelmente alcançada, permitindo a avaliação dos benefícios científicos, econômicos e de segurança nacional de uma presença lunar sustentada.

Apesar de defender a urgência em alcançar Marte, Isaacman questionou o ritmo e o custo do atual programa "Lua a Marte" da NASA, que prevê um pouso humano na Lua através do programa Artemis, concebido durante o governo Trump e aprimorado por Biden.

Segundo o 'The Guardian', essa iniciativa é vista como um passo crucial para estabelecer uma base lunar permanente, utilizada para pesquisa e construção de infraestrutura essencial para a primeira missão tripulada a Marte, atualmente prevista para o final da década de 2030.

Isaacman expressou o desejo de acelerar esse cronograma, desenvolvendo expedições à Lua e a Marte em paralelo. "Não acho que seja uma coisa ou outra", afirmou, perante uma plateia que incluía os quatro astronautas da missão Artemis II, que sobrevoarão a Lua no próximo ano.

Perspectiva única

O senador republicano do Texas, Ted Cruz, presidente do comitê, concordou com a avaliação de Isaacman sobre a necessidade de retornar à Lua o mais rápido possível, principalmente para evitar que rivais como a China ganhem vantagem na corrida espacial.

Não estamos caminhando para a próxima corrida espacial. Ela já está aqui", alertou Cruz, referindo-se às ambições espaciais declaradas do Partido Comunista Chinês.

Amigo próximo de Elon Musk, fundador da SpaceX, Jared afirmou que pretende "revigorar uma cultura de missão em primeiro lugar na NASA".

Ele reconheceu sua trajetória atípica para o cargo, sem experiência prévia na agência ou formação científica tradicional, mas destacou os benefícios de suas experiências em voos espaciais privados, incluindo a missão orbital Polaris Dawn, onde realizou a primeira caminhada espacial de um civil, e sua participação na primeira tripulação de astronautas privados do mundo em 2021.

Se confirmado, Isaacman sucederá Bill Nelson, tornando-se um dos poucos administradores da NASA com experiência em voos espaciais nos 66 anos de história da agência. Como o mais jovem líder da NASA, ele lideraria a agência em um momento crucial, marcado pelo crescente papel de empresas privadas como a SpaceX na indústria espacial.

O senador Cruz destacou que a NASA está em uma "encruzilhada" e que Isaacman traz uma "perspectiva única" para os desafios enfrentados pela agência e pelo setor espacial em geral, impulsionado pelo crescimento explosivo do setor comercial, desde fabricantes de hardware até o turismo espacial.