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Notícias / Leilão

Homem compra retrato de Churchill e descobre que obra era roubada e valia milhões

Admirador do ex-premiê britânico, advogado decidiu comprar cópia autografada da fotografia icônica para decorar sua casa, mas teve uma surpresa

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 19/11/2024, às 14h15

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Detalhe da foto 'O Leão que Ruge' de Winston Churchill - Yousuf Karsh/Library and Archives Canada
Detalhe da foto 'O Leão que Ruge' de Winston Churchill - Yousuf Karsh/Library and Archives Canada

Advogado e apaixonado por arte, Nicola Cassinelli, de 34 anos, resolveu comprar uma cópia autografada de uma fotografia icônica de Winston Churchill de 1941. Sem saber, porém, ele acabou ficando com a foto original. 

+ A história por trás do retrato que Winston Churchill odiou

Tudo começou quando Cassinelli procurava algo chamativo para pendurar em seu novo apartamento na Itália. Foi então que, em maio de 2022, viu no catálogo online da Sotheby's um exemplar autografado de 'O Leão que Ruge'.

A fotografia em preto e branco é uma das mais famosas representações do ex-primeiro-ministro britânico, que mostra Winston Churchill olhando carrancudo para a lente da câmera. A imagem é tão icônica que desde setembro de 2016 passou a estampar a nota de cinco libras do Reino Unido. 

Assim, Cassinelli deu um lance de mais de US$ 5.300 (mais de 30 mil reais) acreditando que a peça era perfeita para seu apartamento. "[O item] imediatamente chamou minha atenção, não apenas por sua beleza, mas porque sou fascinado pela figura de Winston Churchill", disse ao The Telegraph.

Esta foi a foto emblemática que capturou sua raiva, a força do mundo livre — o bem que triunfa sobre o mal. É histórico".

A oferta foi aceita e duas semanas depois, após pagar mais cerca de US$ 2.500 (R$ 14 mil) adicionais em taxas alfandegárias, de frete e impostos, a foto icônica foi pendurada em seu apartamento.

'O Leão que Ruge' de Winston Churchill - Yousuf Karsh/Library and Archives Canada

Feliz com a compra, Cassinelli fez questão de mostrar a fotografia para todas as pessoas que visitaram seu apartamento. Mas, até então, não sabia sobre toda a verdade por trás da obra. 

A foto

A foto que ganhou o nome 'O Leão que Ruge' foi tirada pelo renomado fotógrafo Yousuf Karsh em 1941, no gabinete do presidente da Câmara, logo após Churchill fazer um discurso empolgante sobre a guerra para os legisladores canadenses.

A foto original foi assinada por Karsh e doada ao hotel Fairmont Fairmont Château Laurier de Ottawa, onde Yousuf viveu e trabalhou até sua morte. O retrato permaneceu no saguão por anos e se tornou uma atração do local. 

Porém, entre o dia de Natal de 2021 e 6 de janeiro de 2022, a foto foi roubada e substituída por uma falsificação. A descoberta da troca só ocorreu meses em agosto, quando um funcionário percebeu que a moldura estava torta e algo parecia diferente. Aquela altura, a peça já havia sido traficada para a Europa.

+ Homem confessa roubo de vaso sanitário de ouro da casa onde nasceu Churchill

Três meses após a compra da foto original, sem saber, Cassinelli recebeu uma ligação da Sotheby's pedindo que ele não vendesse a fotografia ou a transferisse para outra pessoa; visto que uma investigação sobre a obra original estava em andamento

Cassinelli, então, resolveu saber mais sobre o caso e descobriu que poderia estar 'envolvido' no roubo de obras de arte. "Eu apenas esperei, e todos os meus amigos e convidados que vinham à minha casa, brincavam sobre ter uma obra de arte tão importante bem diante dos nossos olhos", disse ainda ao Telegraph.

É como ter uma Mona Lisa… porque paguei alguns milhares de libras, mas li online que valia milhões. Era como se eu estivesse em um filme".

O advogado ficou com a obra por um ano antes da confirmação de que ela poderia ser a original roubada, até receber um e-mail do escritório jurídico da Sotheby's pedindo para compartilhar seus dados de contato com a polícia canadense. 

Toda a história do roubo foi contada através de uma videochamada e os representantes da casa de leilões pediram para ele considerar a possibilidade de devolver o retrato. Afinal, como ele não sabia de toda a história, não tinha a obrigação de devolver sua compra. 

"Eu confiei em uma das casas de leilões mais importantes do mundo e, na época, ela nem havia sido reportada como roubada, então a minha foi uma compra legítima", disse o advogado.