Harry Jerele tinha 26 anos quando morreu de pneumonia em um campo de prisioneiros de guerra japonês nas Filipinas
Após mais de 80 anos, os restos mortais de um soldado da Segunda Guerra Mundial foram identificados. Membro da 1ª Classe do Exército dos EUA, Harry Jerele morreu de pneumonia aos 26 anos, em um campo de prisioneiros de guerra japonês nas Filipinas.
Jerele foi enterrado com outros prisioneiros em uma vala comum. Seus restos mortais foram exumados em 2020 e analisados por cientistas forenses, que usaram análises antropológicas, evidências circunstanciais e análises de DNA para determinar que os restos mortais eram de Harry Jerele; que deverá ser enterrado em sua terra natal, Illinois, em outubro.
"Isto é um milagre", disse Rosemary Dillon, sobrinha de Jerele, sobre a identificação dos restos mortais, conforme repercutiu o Daily Mail.
"Estamos tentando há cerca de 10 anos identificar positivamente seus restos mortais. Faz muito tempo. Que ocasião alegre será quando ele finalmente for sepultado em seu país natal", continuou.
A mulher, que vive em Chicago, recorda que era apenas uma criança quando o tio partiu para o serviço militar. Mesmo assim, se recorda dele como um homem quieto, que gostava de cantar e tocar violão.
É uma sensação ótima finalmente conseguir essa identificação", prosseguiu. "Eu só queria que minha mãe e minha avó estivessem aqui para testemunhar sua volta para casa".
Harry Jerele nasceu na pequena aldeia de Berkeley, em Illinois, que atualmente abriga cerca de 5.300 pessoas. Ele foi um dos sete filhos de Leopold Jerele e Mary Flori-Jerele, nascendo em 1º de fevereiro de 1916.
Em setembro de 1940, ingressou no exército e serviu na Companhia B, 192º Batalhão de Tanques nas Filipinas durante a guerra, mas foi capturado após a rendição americana da Península de Bataan em 9 de abril de 1942.
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Neste mesmo dia, o general norte-americano Edward P King se rendeu ao general japonês Masahrau Homma, que fez cerca de 75 mil prisioneiros — sendo cerca de 12 mil americanos e 63 mil filipinos — caminharem na Marcha da Morte de 100 quilômetros até ao campo de prisioneiros em Cabanatuan.
Não existem detalhes sobre como era a vida dos prisioneiros norte americanos que viveram e morreram por lá. Segundo o Daily Mail, as coisas eram tão complicadas que até mesmo as tentativas de os desenterrar e identificar seus restos mortais após o fim da guerra se tornou uma tarefa difícil. Mais de 2.500 prisioneiros de guerra morreram no campo.
Depois que o conflito acabou, membros do American Graves Registration Service (AGRS) exumaram os sepultados no cemitério e transferiram os restos mortais para um mausoléu militar temporário dos EUA perto de Manila, na capital das Filipinas.
Em 1947, a AGRS examinou os restos mortais e identificou dois conjuntos que faziam parte da Sepultura Comum 804, mas os dois restantes foram declarados não identificáveis, incluindo os restos de Jerele.
Assim, o soldado foi enterrado no Cemitério e Memorial Americano de Manila (MACM) como 'Desconhecido'. Em 2020, porém, cientistas forenses se envolveram para identificar os restos mortais e devolvê-los às famílias dos homens. No último dia 18 de abril, foi anunciado que o conjunto pertencia a Harry Jerele.