Durante 70 dias, os sobreviventes tiveram que enfrentar inúmeros obstáculos para sobreviver
Victória Gearini Publicado em 19/06/2020, às 09h08
No dia 13 de outubro de 1972, o Vôo Força Aérea Uruguaia 571, que transportava 45 pessoas, caiu na Cordilheira dos Andes, no Chile. A tragédia matou mais de 10 pessoas durante a queda, e posteriormente 17 faleceram devido ao frio extremo, escassez de alimentos e ferimentos graves.
Aproximadamente durante 70 dias, os sobreviventes tiveram que testar os limites da sobrevivência humana, enfrentando inúmeros obstáculos e contratempos. Confira abaixo 5 fatos sobre a tragédia que chocou a década de 1970:
1. Acidente na sexta-feira 13
Na sexta-feira do dia 13 de outubro de 1972, o avião da Força Aérea Uruguaia sobrevoava a Cordilheira dos Andes, transportando a equipe de rugby do país, pois naquele fim de semana, iria participar de um torneio no Chile. Durante a viagem, o avião sofreu alguns danos por causa de turbulências, forçando o piloto a fazer um pouso de emergência em meio a uma tempestade.
Infelizmente, a aeronave se chocou contra um pico, sobrando apenas a fuselagem do avião. No entanto, ela bateu no chão e deslizou por uma encosta íngreme da montanha, até ficar presa na neve. A localização exata do acidente é 34° 45′ 54″ S, 70° 17′ 11″ O, no município argentino de Malargüe.
2. Canibalismo e Santa Comunhão
Durante a queda, acredita-se que mais de 10 pessoas tenham morrido e, posteriormente, outras 17 vieram a óbito devido às condições do acidente. No começo, eles tinham poucos suprimentos, e passaram dias se alimentando de barrinhas de chocolate, doces, lanches variados e uma garrafa de vinho que encontraram nas malas.
Quando a comida se esgotou, um dos sobreviventes sugeriu se alimentar dos restos mortais das outras vítimas da tragédia. Em um primeiro momento, a grande maioria relutou, pois acreditavam que logo seriam resgatados. Mas conforme os dias foram passando, cederam à fome. Todos os passageiros que sobreviveram eram católicos romanos, portanto, igualaram o canibalismo ao ritual da Santa Comunhão.
3. Avalanche
Após 16 dias do acidente, uma avalanche de neve devastou o acampamento dos sobreviventes e, enquanto dormiam na fuselagem, na manhã de 29 de outubro, oito pessoas vieram a óbito. Liliana Methol, esposa do sobrevivente Javier Methol, foi a última passageira mulher a morrer nesse desastre. Os demais passageiros ficaram confinados em um espaço minúsculo, por dias, até a nevasca diminuir.
4. Buscas encerradas
Após semanas do acidente, o cardiologista Roberto Canessa fez um rádio funcionar por alguns minutos, mas não conseguiu pedir ajuda pelo aparelho. Para piorar a situação dos sobreviventes, ele escutou que as autoridades haviam decretado que as buscas pelo vôo estavam encerradas. A partir daquele momento, mais do que nunca, os sobreviventes se viram na obrigação de procurar por ajuda.
5. O resgate
Após dois meses do acidente, dois passageiros que estavam em melhores condições, caminharam por 11 dias até encontrarem pastores em uma área mais afastada da cordilheira. Nos dias seguintes, as autoridades resgataram os demais sobreviventes. Todos foram levados para hospitais, em Santiago. Muitos deles estavam desidratados, desnutridos, com queimaduras, escorbuto e possuíam ossos quebrados.
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