Os intrigantes artefatos apontados como usados na crucificação de Cristo dividem opiniões
Victória Gearini Publicado em 01/11/2020, às 10h00
Ao longo dos séculos diversas relíquias antigas foram consideradas sagradas, por supostamente terem alguma ligação com Jesus Cristo. No entanto, há também artefatos que foram considerados falsos. Com o passar dos anos, estudos se concentraram em uma parte interessante da história: fragmentos de pregos encontrados em 1990 podem ter sido usados na crucificação de Cristo.
A descoberta
Em 1990, um ossuário datado do século I d.C. foi encontrado por arqueólogos que exploravam uma caverna em Jerusalém. Inscrito com o nome Caifás, sumo sacerdote de Cristo que é mencionado no Novo Testamento. O local foi atribuído a tumba da família do sumo sacerdote que teria participado da morte de Jesus Cristo.
Os arqueólogos encontraram, ainda, fragmentos de pregos que segundo pesquisas teriam ajudado na crucificação de Cristo. Sabe-se que anos mais tarde os pregos desapareceram, no entanto, em 2011 o cineasta Simcha Jacobovici afirmou ter encontrado-os. Para comprovar a descoberta, ele produziu um documentário, que não foi bem recebido pelos estudiosos.
Segundo especialistas e acadêmicos consultados pela Reuters, a suposta descoberta de Jacobovici trata-se na verdade de um golpe publicitário. Além disso, a Autoridade de Antiguidades de Israel, responsável por supervisionar a escavação em Jerusalém, declarou que a interpretação apresentada pelo homem não possui base ou pesquisas arqueológicas - o que já era de se esperar. Todavia, novas informações trouxeram de volta a polêmica.
Novos estudos
Segundo o Jerusalem Post, estudos lançados este ano, e coordenados pelo geólogo Aryeh Shimron, afirmam que os pregos são realmente os mesmos encontrados anteriormente. De acordo com o especialista, somente análises químicas e físicas poderiam revelar se os pregos vieram da caverna onde o ossuário de Caifás foi descoberto.
A partir de sua nova pesquisa, o profissional concluiu que os pregos possuem fragmentos de madeira e ossos, indicando que alguém foi crucificado com eles. Como esperado, o estudo de Shimron tem gerado polêmica entre a comunidade arqueológica.
Para alguns estudiosos, sua pesquisa é "altamente especulativa" e não possui evidências suficientes que comprovam que os pregos foram utilizados para crucificar uma pessoa, muito menos Jesus Cristo.
Quando Jacobovici lançou seu documentário, a Autoridade de Antiguidades de Israel disse, ainda, que encontrar pregos antigos em tumbas é algo extremamente comum, portanto, não há evidências que comprovam que tenham sido realmente usados para crucificar Cristo.
Conforme visto nas reproduções da morte de Cristo, três ou quatro pregos teriam sido usados em suas mãos e pés. Mas não é isso que diz a Enciclopédia Católica: lá, nada menos que 30 pregos são venerados como relíquias de sua morte. Ou seja, a questão está longe de ter uma resposta exata.
Pesquisas exatas
Vale lembrar que outra pesquisa recente também investiga a crucificação de Jesus, com resultados surpreendentes. Um documentário exibido pelo Instituto de pesquisa Smithsonian, chamado Mistério da Crucificação, discute novas teorias de especialistas e médicos sobre esse método, para entender um pouco mais sobre como Jesus morreu.
Dr. Per Lav Madsen, cardiologista dinamarquês envolvido na pesquisa, acredita que a morte por crucificação poderia levar muito tempo e que era usada devido ao grande sofrimento causado.
A produção mostra a investigação feita em dois cadáveres encontrados em 2007, para os pesquisadores essas duas pessoas morreram crucificadas. Os corpos estão sendo usados para estudar novas possibilidades e causas sobre a morte de Jesus Cristo.
O esqueleto encontrado em Gavello, ao norte da Itália, apresentou um buraco no osso do calcanhar. Depois de muitas pesquisas, a origem de um acidente no local foi descartada, e agora os estudiosos trabalham com a possibilidade de uma execução por crucificação, assim como a de Cristo.
Os pesquisadores acreditam que o tipo de lesão encontrada no esqueleto é compatível com a posição do corpo de Jesus na cruz, com as pernas sobrepostas para permitir que um único golpe perfure os dois pés de uma vez.
Os restos mortais encontrados são datados da era romana. Arqueólogos descobriram fragmentos de tijolos e telhas típicos da época nas proximidades, o que coloca essa crucificação em um momento próximo da morte de Jesus. Os especialistas e médicos estão usando esses restos mortais para entender mais sobre como o profeta teria morrido e as lesões que lhe foram causadas.
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