História do Brasil Contemporâneo, de Carlos Fico, analisa o panorama social e institucional da metade do século 20 até início do 21
Victória Gearini Publicado em 23/07/2020, às 07h50 - Atualizado em 21/03/2022, às 14h05
Para compreender questões políticas, econômicas e sociais que envolvem o Brasil, é preciso analisar o seu contexto histórico. O desenvolvimento do país e o cenário contemporâneo estão atrelados à construção e aos moldes sociais do passado, como aponta o historiador Carlos Fico.
Lançada em 2015 pela Editora Contexto, a obra História do Brasil Contemporâneo, do renomado pesquisador da UFRJ Carlos Fico, reconstitui a trajetória do panorama social, econômico e político no qual o país está inserido. Do suicídio de Vargas, em 1954, ao governo Lula, o autor apresenta os momentos mais emblemáticos do Brasil a partir da segunda metade do século 20 até o início do século 21.
Por meio de uma linguagem simples, acessível, objetiva e clara, o escritor proporciona uma visão contemporânea do contexto histórico do Brasil. Dentre os episódios que impactaram a sociedade brasileira, estão a era JK, a renúncia de Jânio Quadros e o Golpe de 64. Além disso, Fico explica o processo de redemocratização do governo brasileiro pós-ditadura militar, relacionando este período com os eventos posteriores na política e na sociedade como um todo.
Disponível na Amazon, o livro é um importante documento que revela a História do Brasil, mostrando os antecedentes e consequências de ações que, ainda hoje, impactam a sociedade. Em suma, Carlos Fico examina de forma minuciosa a História do país, por meio de um olhar analítico que o passado tem a oferecer.
Confira um trecho da obra História do Brasil Contemporâneo (2015) :
“‘Atire na linha d’água!’”, ordenou o ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, ao comandante da Artilharia de Costa, general Correia Lima. Isso afundaria o cruzador Tamandaré, um dos principais navios de guerra da Marinha, que tentava deixar a Baía de Guanabara em direção a Santos. Sua tripulação de 1.150 homens corria sério risco, tanto quanto alguns passageiros não habituais que haviam embarcado no Arsenal da Marinha da Ilha das Cobras – inclusive o presidente da República, Carlos Luz. Tempos depois, o general Lott buscaria se justificar: ‘É melhor perdermos o navio com quem está a bordo do que ter guerra civil no Brasil’.
A ordem foi parcialmente cumprida: os disparos dos canhões dos fortes de Copacabana e do Leme ecoaram pela cidade e assustaram os moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro, que, temerosos, estenderam lençóis brancos nas janelas. Foi a última vez em que tiros de guerra foram ouvidos na Baía de Guanabara. O objetivo de Lott era impedir que o navio deixasse a então capital da República porque pretendia instalar o governo federal em São Paulo. Naquela manhã de sexta-feira, 11 de novembro de 1955, o Brasil vivia mais um golpe de Estado”.
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