O cachorro da raça Cocker Spaniel foi o único animal de estimação que sobreviveu a execução da família imperial russa
Victória Gearini Publicado em 18/07/2020, às 10h28 - Atualizado em 22/07/2022, às 14h00
A história do trágico fim dos Romanov é bem conhecida, mas pouco se fala sobre o destino dos animais de estimação da família imperial. Durante a madrugada do dia 17 de julho de 1918, Nicolau II, sua esposa e cinco filhos foram brutalmente assassinados pelas tropas bolcheviques. Na ocasião, os soldados executaram, ainda, alguns criados e dois cães. Entretanto, um terceiro animal teria sobrevivido ao ataque e feito uma fuga épica.
O cão da raça Cocker Spaniel, chamado Joy, foi o único sobrevivente da execução da família Romanov. Antes do brutal assassinato, constantemente o animal era fotografado ao lado da família. Companheiro fiel de Alexei, Joy era muito amado pelo garoto, que sofria de hemofilia e muitas vezes era impedido de brincar com outras crianças. Durante todo o tratamento médico do pequeno herdeiro, Joy esteve ao seu lado e no exílio não foi diferente.
Quando a família imperial foi enviada ao exílio, Joy e outros dois cães acompanharam seus donos durante toda a saga até o destino final, em Ecaterimburgo. Enquanto dormiam, em 17 de julho de 1918, Nicolau II, sua esposa e filhos foram acordados pelo médico da família e enviados à uma sala, acreditando que seriam encaminhados para outro esconderijo. No entanto, foram surpreendidos por tropas bolcheviques que os fuzilaram.
Durante o tiroteio, os cachorros latiram freneticamente, até que um soldado, incomodado com os latidos, atirou contra os animais. Apenas Joy sobreviveu ao ataque, pois acredita-se que o animal tenha fugido da cena do crime logo após que os corpos foram levados para fora da casa.
O animal, que na época era cego, foi resgatado com fome e medo na rua, pelo coronel Pavel Rodzianko, que servia a Força Expedicionária Britânica na Sibéria. “Ele era totalmente cego. Parecia estar sempre procurando por seu mestre, e isso o deixava tão triste e abatido que mal tocava em sua comida, mesmo depois de ser cuidado com carinho'', escreveu Marion Wynn no artigo 'O Lugar de Descanso Final da Alegria', publicado no Royalty Digest, em 2004.
Posteriormente o coronel viajou com o animal para Omsk, onde a ex-dama de companhia da imperatriz Alexandra, Sophie Buxhoeveden, o examinou. "Fui ver Joy e ele evidentemente me conectou, em seu cérebro de cachorro, aos seus donos. E imaginou que minha vinda anunciava a deles", escreveu Sophie Buxhoeveden em sua obra 'Deixado para trás: quatorze meses na Sibéria'.
No livro, Buxhoeveden diz que Joy ficou entusiasmado com a presença da ex-dama de companhia, provavelmente por assimilar o seu cheiro ao de seus falecidos donos. Quando Buxhoeveden foi embora, o animal voltou a ficar deprimido.
Posteriormente, o cão atravessou metade do mundo até chegar no Reino Unido, onde foi entregue pelo seu tutor ao rei George V, primo de Nicolau II. Joy passou seus últimos anos de vida na corte britânica, sob os cuidados reais. Já idoso e com a saúde fragilizada, veio a falecer, e foi enterrado no cemitério de cães da realeza, no castelo de Windsor.
Confira 5 boxes de sucesso para adquirir por bons preços na Amazon
Conheça 10 títulos literários em oferta que vão te interessar
7 obras sobre os bastidores da família imperial brasileira
Os piores terremotos da história: confira 5 livros que abordam o tema
Segunda Guerra: O que os nazistas sabiam sobre a existência de alienígenas?
Conheça videogames e itens que vão deixar suas partidas mais imersivas