Em um confronto pouco lembrado, as duas universidades se enfrentaram com pedras, ovos e outros objetos
Victória Gearini Publicado em 10/11/2019, às 09h00
A Batalha da Maria Antônia foi um confronto ocorrido, em 1968, entre os estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL - USP) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Na época, ambas as instituições estavam localizadas na Rua Maria Antônia, palco de diversas manifestações políticas.
No dia 2 de outubro de 1968, as universidades se desentenderam após alunos da USP e secundaristas pedirem dinheiro para organizar o Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes). O fato irritou os estudantes do Mackenzie, que de dentro da faculdade particular atiraram pedras, ovos e outros objetos nos manifestantes.
Na época, o Mackenzie era conhecido por ter alunos membros do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) e por apoiar o regime militar, enquanto a USP defendia o movimento estudantil e lutava contra a ditadura.
O conflito se estendeu para a Praça da Sé, onde os estudantes incendiaram um carro do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), além disso, o prédio da USP, localizado na Maria Antônia foi incendiado e depredado pela oposição, motivo que levou a sua transferência. Ao longo dos protestos, os estudantes da USP promoveram comícios criticando a extrema-direita e José Dirceu foi um dos discursistas.
Durante o confronto o secundarista José Carlos Guimarães, de 20 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça pelo membro do CCC, Osni Ricardo. A Batalha da Maria Antônia, como ficou conhecida, durou 22 horas e contribui para que o governo promulgasse a medida mais rígida deste período, o AI-5 (Ato Institucional número 5).
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