A pesquisa revela a possibilidade do Império Romano ter sido responsável pela queda da temperatura na Europa
André Nogueira Publicado em 12/06/2019, às 14h00
Hoje sabemos e discutimos a influência da ação humana nas mudanças climáticas do planeta. Os romanos antigos, na época do Império, acenderam uma infinidade de fogueiras a ponto de causarem níveis extraordinários de poluição atmosférica no ar europeu. De acordo com um novo estudo, isso pode ter causado o resfriamento do clima na Europa.
Cientistas envolvidos no estudo estimaram que a quantidade de partículas poluentes liberadas no ar, como fuligem e carbono, foram elementos centrais para o processo de resfriamento em 0,3 graus Fahrenheit.
A pesquisadora suíça Anina Gilgen e sua equipe consideraram relevante a participação humana nessa mudança climática. É impossível separar essa pesquisa da atual tendência dos estudos sobre clima, que incluem o ser humano e seus destrutivos aerossóis e automóveis como elemento de relevância neste processo.
A pesquisa teve como base as estatísticas já existentes da quantidade de terras dominadas pelos romanos e destinada à agricultura, moradia e aos diversos fins possíveis, estimando a quantidade de poluição atmosférica potencialmente produzida.
Curiosamente, esse mesmo processo foi acompanhado do que muitos chamam de Período Quente Romano. Trata-se do período entre 250 e 400 d.C., em que o clima europeu estava excepcionalmente quente. Geólogos afirmam que esse aquecimento foi um fenômeno natural.
Entretanto, a equipe acredita que as atividades antrópicas da época, envolvendo a queima de resíduos de outras culturas, o uso de madeira para aquecer as casas e as formas de transporte e tração, - além, claro, do famoso incêndio de seis dias da capital - teriam afetado o clima de diversas maneiras.
Essa pesquisa adentra o mundo científico na revisão dos consensos atuais sobre a influência da atividade humana nas mudanças climáticas. Elas declaram o início de sua relevância entre os séculos 18 e 19, com a Revolução Industrial.
Célia Sapart, da Universidade de Utrecht, comandou um grupo de cientistas na análise de um núcleo de gelo de quase 500 metros de comprimento na Groenlândia, para examinar possíveis mudanças entre os níveis na densidade de metano, checando um possível aumento, devido ao aumento do número de bactérias em zonas úmidas durante períodos de aquecimento. Porém, a relação não se dá nos dados, indicando outras razões para as variações.
Nesse sentido, a poluição do ar remonta essas mudanças atmosféricas. O Smithsonian declara que os primeiros incêndios de madeira são visíveis na análise de pulmões conservados do Egito, Peru e Grã-Bretanha.
Pensando nesse critério, os romanos ganham destaque, pois foram os primeiros que lançaram índices de carbono e poluentes metálicos na atmosfera em índices consideráveis.
São visíveis efeitos nocivos na poluição do ar na Era Latina. Os próprios romanos a percebiam: gravioris caeli (céu pesado) e infamis aer (ar infame) era como eles chamavam a densa nuvem negra que sobrevoava grandes centros, como a poluição de uma Pequim ou São Paulo.
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