Pesquisadores descobriram no início de 2020 que parte da coleção de fragmentos dos manuscritos do Mar Morto adquiridos pelo Museu da Bíblia, em Washington, eram falsos
Giovanna Gomes Publicado em 28/11/2020, às 07h00
Datados de 4 a.C., os manuscritos do Mar Morto são considerados o exemplar mais antigo da Bíblia Hebraica já encontrado. Em 2009, o Museu da Bíblia, localizado em Washington, nos Estados Unidos, adquiriu 16 fragmentos. No entanto, sete anos depois, 13 desses fragmentos se tornaram tópico de um livro que levou diversos especialistas a questionarem a legitimidade dos artefatos.
Dessa forma, o museu de Washington decidiu realizar uma investigação aprofundada dos itens. Em março de 2020, pesquisadores independentes financiados pelo museu confirmaram em uma conferência acadêmica o que muitos temiam: todos os 16 fragmentos do Pergaminho do Mar Morto eram na verdade falsificações modernas.
As investigações
Durante as investigações, a equipe de pesquisadores descobriu que, por mais que os fragmentos sejam feitos de couro antigo, eles foram pintados nos tempos modernos. “Esses fragmentos foram manipulados com a intenção de enganar”, disse a líder da pesquisa Colette Loll. As investigações tiveram início em outubro de 2019 e foram finalizadas em novembro.
A descoberta não lança dúvidas quanto à autenticidade dos 100 mil manuscritos do Mar Morto, os quais se encontram, em sua maioria, no Santuário do Livro, no Museu de Israel. Entretanto, os especialistas dizem que há uma grande possibilidade de que cerca de 70 fragmentos encontrados após o ano de 2002 sejam falsos.
“Uma vez que um ou dois dos fragmentos eram falsos, você sabe que todos eles provavelmente são, porque vêm das mesmas fontes e parecem basicamente os mesmos”, diz Årstein Justnes , pesquisador da Universidade de Agder da Noruega.
Os indícios de fraude
Logo de início, a equipe percebeu que os fragmentos eram feitos de um tipo de material diferente do são feitas as peças autênticas, as quais são quase todas de pergaminho curtido — ou levemente curtido. No entanto, ao menos 15 fragmentos do Museu da Bíblia são feitos de couro. Para os pesquisadores, o couro era de fato antigo, muito provavelmente provenientes de restos de sapatos de couro encontrados no deserto da Judéia.
Além disso, testes concluíram que a pessoa responsável pelas falsificações embebeu os fragmentos em uma mistura de cor âmbar, provavelmente uma cola de pele de animal, que alisou a superfície de escrita e imitou o aspecto gelatinoso da superfície dos verdadeiros manuscritos. Isso ocorre porque, após milhares de anos em exposição, o colágeno do material se desfaz, transformando-se num material pegajoso.
Análises químicas conduzidas pelo cientista conservacionista Aaron Shugar, da Buffalo State College, indicaram a existência de diferentes elementos químicos nas superfícies dos fragmentos. Os cientistas ainda descobriram que o cálcio havia penetrado profundamente nas peças de couro, o que indica que o couro havia sido tratado com cal para remover os pêlos.
Após a descoberta o Ceo do museu Harry Hargrave declarou: “O Museu da Bíblia está tentando ser o mais transparente possível. Somos vítimas de falsas declarações, somos vítimas de fraude”.
+Saiba mais sobre o tema através das obras baixo, disponíveis na Amazon:
JesusCopy: A revolução das cópias de Jesus, Douglas Gonçalves, 2016 - https://amzn.to/33g9Y4N
Codex Gigas: The Devil's Bible, de Herman The Recluse e Lucifugus Rofocale - https://amzn.to/2OVrCHM
Codex Seraphinianus, de Luigi Serafini (2013) - https://amzn.to/3hK3js0
The Voynich Manuscript (Edição em Inglês), de Raymond Clemens (2016) - https://amzn.to/3gEMUDM
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
Casa dos irmãos Menendez vira pesadelo para vizinhos após série da Netflix
Abdução em Manhattan: A história real da nova minissérie da Netflix
Irmãos Menendez: A outra série que retratou o polêmico caso de Lyle e Erik
Irmãos Menendez: Como foi encontrada a carta que pode tirar Lyle e Erik da prisão?
Conheça o filme inventado pela CIA para retirar um grupo de americanos do Irã
Gladiador 2: Entenda o que mudou na história de Lucius no novo filme