Alegando ser filha do czar Nicolau II, a mulher passou a vida envolta em mistério
Joseane Pereira Publicado em 06/12/2019, às 10h53
Em 1920, uma mulher pulou de uma ponte em Berlim. Resgatada no Canal Landwehr e enviada a um abrigo, a jovem passou a ser chamada de Madame Desconhecida. Sua origem era incerta, as poucas lembranças que tinha eram misteriosas e seu sotaque russo impressionava a todos.
Quando o capitão real Nicholas von Schwabe a visitou, ele mostrou-lhe fotografias da Imperatriz Maria Feodorovna, mãe de Nicolau II da Rússia. Madame Desconhecida comentou com as enfermeiras depois que o homem saiu: "O cavalheiro tem uma foto da minha avó."
Após muitas discussões, ela finalmente confirmou ser a grã-duquesa Anastásia, filha mais nova do czar Nicolau II, que teria morrido junto à família nas mãos dos Bolcheviques. Madame Desconhecida se transformou em Anna Anderson, e sua fama cresceu cada vez mais.
Os boatos levaram-na a encontrar dezenas de parentes dos Romanov e conhecidos das princesas, e Anderson passou a ir de um lado a outro, entre castelos e propriedades da nobreza, para provar quem era.
Suas viagens lhe renderam tanto amigos quanto inimigos: Felix Yusupov, o assassino de Rasputin e marido da sobrinha do czar Nicolau, Irina, escreveu: “Eu afirmo categoricamente que Anderson não é Anastasia Nicolaievna, mas apenas uma aventureira, uma histérica doente e uma jogadora assustadora. Eu simplesmente não consigo entender como alguém pode duvidar disso”.
Anderson dizia se lembrar dos tiros recebidos no leito de morte dos Romanov, e de ter sido resgatada do porão por um Bolchevique compassivo. A população passou a apoiar suas reivindicações, e a mulher viveu o resto da vida como Anna Anderson, até se casar com um professor norte-americano e finalmente mudar seu nome para Anastasia Manahan.
A verdade só veio à tona anos depois de sua morte. Após a queda da União Soviética, os corpos dos Romanov foram desenterrados da floresta siberiana e submetidos a testes de DNA. De acordo com os resultados, Anderson não era uma Romanov, mas provavelmente uma operária polonesa chamada Franziska Schanzkowski.
Não se sabe ao certo se ela sofria de esquizofrenia ou se apenas era fissurada pela grã-duquesa. Em entrevista de 1970, ela teria afirmado: “Você pode realmente provar para mim quem você é? Você pode acreditar ou não acreditar. Não importa”.
Apesar da verdade revelada, sua história rodou o globo. Adaptada para filmes, desenhos animados e peças de teatro, a lenda da princesa Anastacia permanece como um marco na trajetória de queda da família imperial russa.
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