'Pequenas Cartas Obscenas', que chega aos cinemas nesta quinta-feira (25), é baseado em caso real que chocou uma cidade litorânea inglesa
Giovanna Gomes Publicado em 24/07/2024, às 18h00
Estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 25, a comédia satírica Pequenas Cartas Obscenas (Wicked Little Letters), dirigida pela inglesa Thea Sharrock (‘Como Eu Era Antes de Você’). O roteiro é assinado por Jonny Sweet (‘Together’).
A trama tem início no ano de 1918, quando a imigrante irlandesa Rose Gooding (Jessie Buckley) chega à pequena cidade litorânea de Littlehampton, Sussex, na Inglaterra. Lá, ela inicia uma amizade improvável com sua vizinha, Edith Swan (Olivia Colman), uma mulher extremamente conservadora.
No entanto, a relação entre as duas logo se deteriora, e Edith acusa Rose de enviar uma série de cartas obscenas. Esse conflito resulta em um julgamento que acaba por abalar toda a cidade, chamando a atenção da imprensa.
O que nem todos sabem é que o longa é baseado em uma história real. De acordo com o portal RadioTimes, até mesmo o ator Timothy Spall, que interpreta o pai de Edith, Edward Swan, revelou ter ficado surpreso ao descobrir que o filme se baseia na realidade.
'Eu li e presumi que era um conceito muito bem realizado", disse Spall à fonte. "Mas não é, e fiquei encantado ao descobrir que era baseado em um caso real!"
A verdadeira Rose Gooding se mudou para a pequena cidade litorânea de Littlehampton, Sussex, em 1918. Três anos antes de se casar com Bill, Rose teve sua filha, Dorothy, fora do casamento, o que foi mal visto na época.
Apesar disso, Rose rapidamente fez amizade com sua vizinha, Edith Swan. Elas se aproximaram devido às tarefas domésticas. No entanto, a amizade promissora chegou ao fim após um desentendimento sobre o jardim comunitário. Swan começou silenciosamente a planejar sua vingança.
Edith passou a enviar cartões postais em nome de Rose, cheios de linguagem obscena e acusações ultrajantes, que ficaram cada vez mais vulgares, de acordo com o Daily Mail, que cobriu o caso na época. Os moradores recebiam ofensas cada vez piores.
Fingindo ser Rose, Edith escreveu até mesmo para o próprio noivo, Bert, que servia no exército, dizendo que ela havia engravidado de outro homem. Isso fez com que o rapaz cancelasse os planos de casamento.
Swan, que muitos historiadores modernos acreditam ter sofrido de problemas de saúde mental, apresentou uma queixa particular contra a rival. Em setembro de 1920, Gooding foi levada perante os magistrados de Littlehampton, acusada de difamação criminal.
Após passar três meses na prisão, retornou para casa. No entanto, sua provação estava longe de acabar, já que Edith logo retomou o plano, resultando na nova ida de Rose ao tribunal.
O advogado da vítima tentou defendê-la, apresentando as instruções manuscritas de tricô e a receita de chutney fornecidas por Edith. Ele apontou que a caligrafia desses documentos se assemelhava à das cartas obscenas.
Mas, Rose acabou sendo condenada a 12 meses de prisão com trabalhos forçados. A reviravolta veio pouco tempo depois, resultando na liberdade da vítima.
De acordo com o The Scotsman, a casa caiu para a verdadeira suspeita quando as autoridades contaram com a ajuda de um periscópio para identificar quem havia, de fato, enviado as correspondências ácidas.
Além disso, duas cartas enviadas por Swan foram recuperadas através de um funcionário dos correios. Ela não sabia, entretanto, as correspondências tinham selos marcados com tinta invisível vendidos exclusivamente para o suspeito.
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