Cena do filme Batalhão 6888 - Divulgação/Netflix
Batalhão 6888

Batalhão 6888: Veja 5 curiosidades sobre as mulheres que inspiraram o filme

Em Batalhão 6888, a plataforma de streaming Netflix recupera um importante capítulo da Segunda Guerra que foi apagado dos livros de História

Thiago Lincolins Publicado em 19/12/2024, às 19h00

Prestes a encerrar o ano, a plataforma de streaming Netflix preparou um lançamento que pode fascinar os amantes de filmes baseados em histórias reais, particularmente, inspirados em guerras.

Em "Batalhão 6888", o público acompanha a história da única unidade do Corpo de Exército Feminino composta por mulheres negras.

"Uma capitã (Kerry Washington) lidera um batalhão composto apenas por mulheres. A missão delas? Restaurar a esperança dos soldados que lutam nas linhas de frente da Segunda Guerra Mundial. Para fazer isso acontecer, elas precisarão entregar mais de 17 milhões de cartas que ficaram esquecidas", destaca a sinopse do novo filme, que será lançado nesta sexta-feira, 20. 

Com isso em mente, confira 5 curiosidades sobre a história real por trás do longa-metragem. 

1. História real

Como mencionado acima, o filme se baseia na história verdadeira de um batalhão de mulheres negras que desempenhou um papel crucial durante a Segunda Guerra Mundial, ao resolver uma crise postal na Inglaterra.

Em 1945, em meio aos conflitos que ainda afetavam várias partes do mundo, 855 mulheres atenderam ao chamado do Exército dos Estados Unidos para restaurar a moral das tropas e solucionar um acúmulo postal que perdurava por dois anos na Inglaterra, informa a BBC.

Cena do filme Batalhão 6888 - Divulgação/Netflix

 

As voluntárias partiram da América para o Reino Unido, estabelecendo-se em Birmingham como parte do 6888º Batalhão Postal Central.

Sob a liderança da Major Charity Adams, então com 26 anos e pioneira ao se tornar a primeira mulher negra a comandar um batalhão no exterior no Exército dos EUA, as mulheres enfrentaram um grande desafio.


2. Prazo apertado

As mulheres lidaram com um prazo inicial de seis meses, uma missão quase que impossível. Assim, realizaram turnos de 24 horas e conseguiram classificar 17 milhões de cartas e pacotes em apenas três meses, elevando o moral das tropas que haviam perdido contato com suas famílias.

"Raramente ouvi falar de mulheres negras servindo na Segunda Guerra Mundial. É como se elas tivessem sido apagadas da história", desabafou a Coronel Edna Cummings, oficial aposentada do Exército dos EUA, à BBC.


3. Desafios

Essas mulheres, que posteriormente atuaram em Rouen e Paris, enfrentaram uma série de desafios, incluindo equipamentos obsoletos, diferenças culturais e discriminação de gênero.

Mulheres do 6888º Batalhão do Diretório Postal Central - US National Archives and Records Administration via Domínio Público

 

Elas trabalharam em ambientes apertados e mal aquecidos, cercadas por pacotes empilhados até o teto e enfrentando até mesmo a presença de roedores em busca de alimentos estragados nos pacotes, repercute a BBC.


4. Sem homenagem

Ao retornarem para casa em 1946, essas mulheres não receberam homenagens públicas ou desfiles que celebrassem suas conquistas. No entanto, quase 80 anos depois, suas histórias estão finalmente sendo reconhecidas.

Em 2018, foi erguido um monumento em homenagem ao batalhão no Kansas. Três anos depois, o presidente Joe Biden assinou a Lei do Medalhão de Ouro do Congresso do 6888º Batalhão Postal em 2021, concedendo a elas a mais alta honraria civil dos Estados Unidos.


5. Segregação 

Uma das integrantes foi a Sargento Virginia M Lane. Na época da partida para a Europa, os Estados Unidos enfrentavam tensões raciais significativas devido à segregação; os direitos básicos dos negros eram restringidos pelas leis "Jim Crow", que vigoraram até os anos 60.

A legislação implementada nos estados sulistas negava direitos iguais aos negros e impedia seu acesso a instalações públicas exclusivas para brancos. 

"Como uma mulher afro-americana, ela sempre falava sobre como as pessoas a tratavam", afirmou ao veículo Danielle Sonnier Brown. "Embora tenha havido algum racismo aqui na Inglaterra, ela disse que as pessoas aqui a tratavam melhor do que ela era tratada em casa [nos EUA]. Ela falava longamente sobre isso". 

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