Zoológico onde tratadora foi morta por tigre fechará após pressão de ativistas

Um zoológico que ganhou fama após a morte trágica da tratadora Sarah McClay, atacada por um tigre de Sumatra, será fechado até o próximo dia 31. O South Lakes Safari Zoo, localizado no Reino Unido, anunciou o encerramento de suas atividades após pressão de ativistas pelos direitos dos animais.

Nas redes sociais, a administração do zoológico declarou: "Esperamos que vocês venham e comemorem ou compartilhem suas memórias conosco antes de fecharmos."

O incidente fatal ocorreu em maio de 2013, quando Sarah McClay, de 24 anos, foi atacada e arrastada para uma toca pelo tigre Padang, após o animal ganhar acesso ao recinto por um portão aberto. A tragédia lançou um olhar crítico sobre as condições de segurança e bem-estar animal no estabelecimento.

Fundado há 30 anos por David Gill, o zoológico acumulou um histórico polêmico. De acordo com o portal Extra, um relatório do conselho local apontou a morte de 486 animais entre 2013 e 2016, incluindo casos chocantes como uma tartaruga eletrocutada, um esquilo morto atrás de um radiador e dois leopardos-das-neves parcialmente devorados.

A vida pessoal de Gill também chamou atenção. O dono do parque deixou sua primeira esposa por uma ajudante de zoológico de 16 anos, apenas três anos após abrir o estabelecimento. Mais tarde, foi esfaqueado no pescoço pelo marido de outra funcionária com quem mantinha um relacionamento.

Posteriormente, casou-se com a veterinária Frieda Rivera-Schreiber, ex-finalista do Miss Peru. Em 2017, após queda no número de visitantes e perda de sua licença, o parque passou para novos administradores.

Grupos ativistas

Após o anúncio do encerramento das atividades do estabelecimento, Chris Lewis, gerente de política e pesquisa de cativeiro da organização Born Free, declarou: "Há muito tempo fazemos campanha pelo fechamento do local após várias inspeções e investigações, que datam de 2013, revelarem um catálogo de falhas de bem-estar animal e mortes de animais evitáveis."

A Freedom for Animals também pediu que todos os animais do zoológico sejam transferidos para santuários adequados. "Estamos pedindo à autoridade local que garanta agora que todos os animais do zoológico sejam realojados em santuários apropriados, onde possam receber os cuidados que merecem e viver livres", afirmou uma porta-voz da entidade.

Os atuais operadores do South Lakes Safari Zoo planejam transformar uma propriedade em Tebay, Cumbria, em uma reserva de vida selvagem, onde pretendem abrigar “espécies exóticas não nativas” como parte de um novo projeto de conservação.