Mural representando sacrifício maia - Domínio Público
América Latina

Vítimas de sacrifícios Maias eram esfoladas ainda vivas

De acordo com novos estudos, o povo da América Central tinha requintes de crueldade antes de jogar seus sacrifícios em enormes buracos sagrados espalhados pelo atual México

Vinícius Buono Publicado em 16/08/2019, às 11h00

Após análises no esmalte dental de caveiras encontradas no território dos antigos Maias, cientistas concluíram que as vítimas de sacrifícios religiosos vinham de diversas partes do México e eram esfoladas vivas antes de serem jogadas nos cenotes sagrados, usados pelo povo mesoamericano para fazer oferendas a suas divindades.

Os cenotes são cavernas que contêm um longo sistema de rios subterrâneos. Formados pela queda de um meteorito no mar do Caribe, estão por toda a Península de Iucatã, onde viviam os Maias, no atual México.

Segundo especialistas, os locais eram utilizados para os sacrifícios porque a antiga civilização acreditava que os humanos e algumas outras espécies como morcegos e lagartos tinham suas origens em cavernas, então, dessa forma, seria uma maneira simbólica de completar o ciclo da vida.

Os moradores da grande cidade de Chichén Itzá acreditavam que o cenote do lugar era uma espécie de portal para o mundo dos mortos e, portanto, eles enchiam com oferendas como ouro, cerâmica, bronze, armas e até seres humanos.

O cenote do local foi descoberto no início do século 20 e vem sendo profundamente estudado desde então. Os cientistas analisaram as ossadas e os esmaltes dos dentes de 200 esqueletos e perceberam que a maioria era de crianças entre 4 e 6 anos, mais da metade eram homens e havia diversos sinais de mutilação.

Os estudos determinaram que esses sacrifícios humanos eram trazidos de longe, provavelmente por prisioneiros de guerra dos Maias. Ao contrário do que se pensava, a influência deles era grande, atingindo partes mais remotas do continente.

Tais rituais eram feitos de maneira brutal: segundo os cientistas, os corpos tinham suas articulações separadas, não se sabe se por cirurgia ou por amputação, e algumas pessoas eram completamente esfoladas ainda em vida.

No crânio, buracos eram feitos na base da pancada (eles usavam ferramentas percussivas). O encéfalo esburacado era, então, exposto, mas ainda não se sabe o motivo: espantar invasores, mórbida decoração, troféus de guerra ou oferendas aos deuses?

Quando se fala dos impérios pré-colombianos, geralmente pensamos nos Astecas ou nos Incas, muito pelo contato que esses tiveram com os europeus. Mas os Maias, mesmo vindo antes também tinham uma complexa e influente sociedade que ia muito além das famigeradas profecias de apocalipse.

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